As mudanças promovidas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no calendário do futebol para o quadriênio 2026-2029 ocorreram em outubro de 2025 e incluem novos formatos para a terceira e a quarta divisões do Campeonato Brasileiro, sendo bem recebidas por clubes paulistas que participaram da última divisão nacional neste ano.
A Série C terá apenas dois rebaixados na próxima edição e contará com quatro novos participantes a partir de 2027, implementando um novo formato de disputa no ano seguinte. A Série D aumentará de 64 para 96 clubes já em 2026, oferecendo seis vagas para a divisão superior.
A principal alteração visa aumentar o número de partidas na “base da pirâmide”. Essa mudança foi bem recebida por dirigentes, que enxergam a oportunidade de planejar com maior antecedência para a temporada, vislumbrando um calendário nacional mais espaçado ao longo do ano.
O presidente da Inter de Limeira, Danilo Rodrigues Maluf, afirmou: “São mudanças positivas, que já vinham sendo discutidas havia alguns meses com os clubes. A CBF fez inúmeros estudos com as datas para que o futebol brasileiro possa estruturalmente, e em um futuro próximo, voltar a ser o melhor do mundo e precisa ser apoiada pelos clubes”.
Após ser rebaixado no Campeonato Paulista, o time do interior conquistou o acesso à Série C como um dos quatro semifinalistas da Série D em 2025, retornando à terceira divisão após 22 anos.
Segundo o dirigente, a cada ano, a Série D se demonstra um campeonato mais competitivo, com “pelo menos 20 clubes” capazes de conquistar o acesso.
Maluf acrescentou que “A CBF tem investido verbas em logística e cotas, e isso tem elevado o nível dos profissionais, não apenas jogadores e comissões técnicas, mas também todos os departamentos envolvidos: medicina, fisiologia, fisioterapia, nutrição esportiva, comunicação, marketing e psicologia”.
Para 2025, o investimento da CBF na Série D deve totalizar cerca de R$ 130 milhões, um aumento de 18,2% em comparação aos R$ 110 milhões do ano anterior.
O time de Limeira gastou aproximadamente R$ 4 milhões na campanha de acesso, incluindo folhas salariais para atletas, comissão técnica e outros profissionais, além de premiações por desempenho.
A Portuguesa, que se tornou SAF (Sociedade Anônima de Futebol) no final de 2024 e voltou a disputar a Série D em 2025 depois de quatro anos, foi eliminada na segunda fase pelo Mixto-MT, nos pênaltis.
O vice-presidente de futebol da Portuguesa, Tadeu Oliveira Júnior, mencionou que o clube ganhou um “bom aprendizado” com o retorno à Série D e elogiou as mudanças feitas pela CBF.
Ele afirmou: “Encaramos com bons olhos. São mudanças positivas, que possibilitam novas oportunidades para os clubes. É muito importante poder planejar com antecedência, entender o que vem pela frente, e o novo calendário proporciona isso”.
Os quatro rebaixados da Série C — CSA, ABC, Retrô e Tombense — estão garantidos na Série D de 2026, que ocorrerá entre 5 de abril e 13 de setembro. Haverá ainda 64 vagas distribuídas às federações estaduais com base no ranking da CBF.
Os 28 clubes que chegaram até a segunda fase da Série D em 2025 também estão garantidos, exceto os já classificados pelo critério anterior. As vagas restantes serão distribuídas com base no ranking de clubes.
Julio Avellar, diretor de competições da CBF, destacou: “Estamos promovendo uma maior inclusão nacional de clubes, com um calendário mais estável e previsível”.
Na nova Série D, os clubes serão divididos em 16 grupos de seis equipes, com as quatro melhores se classificando para a fase de mata-mata. Os quatro semifinalistas garantirão vaga na Série C, enquanto as duas vagas restantes serão definidas em um “playoff” com partidas de ida e volta entre os quatro times eliminados nas quartas de final.
A Série C, por sua vez, estreará um novo formato em 2028, abandonando o atual modelo em duas fases. No formato atual, os 20 times jogam entre si na fase de grupos, com os oito primeiros se classificando. Depois, são divididos em dois grupos, onde os dois melhores de cada grupo garantem acesso.
Daqui a três anos, inflada para 28 equipes, a Série C será subdividida em dois grupos de 14, com jogos de ida e volta. Os quatro melhores de cada grupo se classificarão, enquanto a fase final manterá o formato atual. Seis clubes serão rebaixados para a Série D de 2029, sendo os três piores de cada grupo.
Avellar afirmou: “Teremos mais representatividade regional. Estamos fortalecendo também o meio da pirâmide, oferecendo mais oportunidades de calendário nacional para as equipes”.
Ele acrescentou: “Entendemos que há um crescimento esportivo e técnico, uma expansão da audiência e da valorização comercial, porque é um formato mais atrativo. Isso promove a economia local, gerando empregos na cadeia produtiva do futebol”.
Novidades na Série C e na Série D do Campeonato Brasileiro
Série C
– 2026
20 clubes, com manutenção do formato atual
Dois clubes rebaixados para a Série D
– 2027
24 clubes, com manutenção do formato atual
Dois clubes rebaixados para a Série D
– 2028
28 clubes, com novo formato
Seis clubes rebaixados para a Série D
Série D
– A partir de 2026
Aumento de 64 para 96 clubes
Aumento de 510 para 610 partidas
Mínimo de 10 a 14 partidas por clube
Máximo de 22 partidas para os finalistas
Seis clubes garantem acesso à Série C