O estádio San Siro, localizado em Milão, será demolido após a Prefeitura aprovar a venda aos clubes Inter e Milan, decisão tomada nesta terça-feira, 30 de outubro de 2024.
Os clubes estavam ameaçando deixar a cidade se a venda não fosse aprovada. Inter e Milan, que dividem o uso do histórico estádio, acreditam que uma nova arena moderna é crucial para aumentar a receita dos jogos, que atualmente é inferior à de seus concorrentes europeus.
Após um longo debate na câmara municipal, a venda foi aprovada com 24 votos a favor e 20 contra, totalizando 197 milhões de euros (US$ 231 milhões, R$ 1,23 bilhão).
Em um comunicado conjunto, os clubes celebraram a decisão como “um avanço histórico e decisivo para o futuro dos clubes e da cidade”.
Inter e Milan expressaram seu desejo de construir “um estádio de nível mundial que se tornará um novo ícone arquitetônico para Milão e um símbolo da paixão dos torcedores no mundo todo”.
A decisão da prefeitura determina que os dois clubes, agora proprietários do estádio e dos terrenos adjacentes, assumem a responsabilidade pelo local emblemático.
O resultado da votação foi divulgado às 23h (horário de Brasília) de segunda-feira, 29 de outubro.
Os dois clubes, de propriedade de fundos de investimento americanos, e o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, conseguiram o que desejavam após anos de incerteza sobre o projeto, avaliado em 1,2 bilhão de euros (US$ 1,41 bilhão, R$ 7,5 bilhões).
A vice-prefeita de Milão, Anna Scavuzzo, comentou: “Tentamos virar uma nova página e estamos apenas no começo”.
A proposta de compra foi apresentada em março. Um plano anterior de manter o terreno como público foi descartado em 2023.
Se a venda for finalizada antes de 10 de novembro, data em que uma ordem de proteção aos edifícios públicos começará a vigorar, Inter e Milan poderão controlar mais de 28 hectares de terrenos em uma área densamente povoada na zona oeste de Milão.
O novo San Siro, que terá capacidade para 71.500 torcedores, está previsto para ser inaugurado em 2031. O atual San Siro, oficialmente conhecido como Giuseppe Meazza, será demolido na sequência.
A aprovação da venda foi possível devido à abstenção dos vereadores do partido de direita ‘Forza Italia’, fundado pelo falecido ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, proprietário do Milan anteriormente.
Os partidos de extrema-direita Liga e “Fratelli d’Italia” votaram contra a proposta, assim como alguns vereadores da coalizão de esquerda que apoia o governo local.