Um pênalti cobrado no estilo cavadinha é um ato de ousadia do jogador, que tenta chutar a bola de forma a fazer uma parábola, geralmente no centro do gol, de maneira a enganar o goleiro.
O goleiro, devido à sua natureza defensiva, geralmente escolhe um lado para saltar e tentar pegar a bola, o que o torna vulnerável. Quando o pênalti é bem executado, além de ser enganado, ele é humilhado.
A intenção do jogador que opta pela cavadinha é, sem dúvida, desmoralizar o goleiro, que já enfrenta a pressão de evitar gols, e, ao falhar, se torna alvo de críticas, frequentemente lembrando a ineficácia de outros goleiros em situações semelhantes.
Se o chute falha, o jogador que bate o pênalti se vê numa situação complicada, especialmente em jogos em casa diante dos torcedores.
Isso ocorreu com o atacante Yuri Alberto, do Corinthians, durante a partida contra o Flamengo no dia 28, pelo Campeonato Brasileiro.
No jogo, com o placar empatado em 0 a 0 em Itaquera, Yuri decidiu tentar a cavadinha contra o goleiro argentino Rossi, mas finalizou mal e a bola caiu nas mãos do goleiro, que estava posicionado à direita.
A cavadinha foi tão fraca que Rossi conseguiu agarrar a bola mesmo estando sentado, e, ao se levantar, provocou Yuri com um grito, como se dissesse: “Comigo não!”.
Yuri se redimiu ao marcar um ótimo gol no segundo tempo e foi comemorar com a torcida, amenizando a frustração dos fãs. No entanto, o Flamengo virou o jogo e venceu por 2 a 1, fazendo com que o erro de Yuri se mostrasse crucial para a derrota do Corinthians.
Não foi a primeira vez que um jogador do Corinthians errou um pênalti ao tentar uma cavadinha.
Este ano, Memphis Depay também errou em uma cobrança contra o Mirassol, e Dida defendeu outra cavadinha de Alexandre Pato em 2013, que resultou na eliminação do Corinthians na Copa do Brasil.
A diferença é que essas tentativas ocorreram fora de casa, enquanto a cobrança de Yuri foi feita diante da Fiel, que ficou bastante irritada com ele.
Existem cobranças de cavadinhas bem-sucedidas, como a famosa do uruguaio “Loco” Abreu, e a de Zidane na final da Copa de 2006, que contou com a ajuda do travessão.
Messi também enfrentou dificuldades na cavadinha na Copa América no ano passado, mas a Argentina avançou, mesmo com seu erro.
Poucos estudos analisam as cobranças de pênalti. Um realizado por pesquisadores da Universidade de Suffolk examinou 1.716 cobranças em ligas europeias entre 2015 e 2019.
Os dados indicam que a taxa de acertos de cavadinhas é, em média, 5 pontos percentuais inferior à das cobranças executadas com força ou colocadas corretamente.
Portanto, optar pela cavadinha não parece ser uma estratégia segura. Ela pode ser surpreendente, mas não é essencial.
Na minha visão, a cobrança de pênalti deve ser tratada com seriedade, onde o jogador deve minimizar o risco de erro, escolhendo um lado e batendo com precisão, força e firmeza para evitar falhas.