O FIFPro, sindicato dos jogadores profissionais, denunciou, em um relatório publicado nesta segunda-feira (29), que o calendário dos futebolistas está cada vez mais sobrecarregado, com temporadas mais longas, férias encurtadas e deslocamentos maiores. A primeira edição da Copa do Mundo de Clubes ocorreu este ano.
Achraf Hakimi, lateral do PSG, já atuou em 53 jogos na temporada 2023/24 e este número deverá aumentar para 69 na temporada 2024/25. Esse crescimento é devido às competições internacionais, como o novo Mundial que ocorreu nos Estados Unidos, onde sua equipe foi vice-campeã.
O relatório destaca que o acúmulo de partidas pode prejudicar a saúde dos jogadores. Um exemplo mencionado é o meio-campista espanhol Rodri, que perdeu a maior parte da temporada passada devido a uma ruptura dos ligamentos cruzados e novamente se lesionou durante a Copa de Clubes, comprometendo sua preparação para a atual temporada.
A FIFPro também observa que os clubes que participaram do Mundial não concederam um período de férias de 28 dias aos seus jogadores, conforme recomendado pelo sindicato.
Além disso, o sindicato ressalta que um período de 28 dias é considerado o ideal para a pré-temporada. No caso do PSG, a pré-temporada foi de apenas 7 dias, enquanto o Chelsea, campeão do Mundial, teve 13 dias.
Diversos jogadores e treinadores, entre eles o defensor francês do Barcelona, Jules Koundé, e o atacante do Real Madrid, Kylian Mbappé, criticaram a sobrecarga do calendário. Mbappé comentou que não se trata apenas do número de partidas, mas da necessidade de mais tempo para recuperação e descanso entre os jogos.
A FIFPro também propõe uma pausa obrigatória de uma semana durante a temporada e a implementação de um dia mínimo semanal de descanso, além de garantias sobre a carga de trabalho para jogadores menores de 18 anos.
Com um ano até o Mundial de 2026, que será coorganizado pelos Estados Unidos, México e Canadá, a FIFPro alerta sobre os riscos associados às altas temperaturas enfrentadas em alguns jogos do recente Mundial de Clubes, um problema reconhecido pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino.