Quatro dias após o início da Guerra da Ucrânia, a Fifa e a Uefa suspenderam a Rússia. Estamos agora a 716 dias do que a Anistia Internacional descreve como genocídio, e Israel ainda participa. Por que esse duplo padrão? A Fifa e a Uefa devem suspender Israel. Os clubes devem se recusar a jogar contra times israelenses. O boicote esportivo foi fundamental para acabar com o apartheid na África do Sul. Os fãs de futebol ao redor do mundo têm poder. Futebol é mais que um esporte; é cultura e política”, afirmou Éric Cantona, ex-jogador do Manchester United.
Cantona, após sua carreira no futebol, tornou-se ator e estrelou o filme “Os Rebeldes do Futebol”, onde conecta as histórias de cinco jogadores que se destacaram na política: Sócrates (Brasil), Didier Drogba (Costa do Marfim), Carlos Caszely (Chile), Rachid Mekloufi (Argélia) e Predrag Pasic (Bósnia).
Sua recentemente manifestação a favor da punição de Israel ocorreu em Londres, no dia 18, durante um ato de solidariedade ao povo palestino, no estádio de Wembley.
Dois dias antes, uma comissão internacional independente da ONU acusou Israel de genocídio em Gaza desde outubro de 2023.
A comissão propôs que as entidades esportivas punam o Estado de Israel, sem que essa punição se estenda aos atletas, que são impotentes frente à violência do governo de Binyamin Netanyahu e seus aliados sionistas.
“Seleções nacionais que representam Estados que cometem violações massivas podem ser suspensas, como já ocorreu no passado”, enfatizou a comissão. “As entidades esportivas não devem ignorar as sérias violações dos direitos humanos”, acrescentou.
De fato, já passou da hora.
O holocausto palestino causa horror no mundo, revelando a frieza dos perpetradores israelenses, que são capazes de infligir aos palestinos o que os nazistas fizeram durante a Segunda Guerra Mundial.
Protestos e grandes manifestações pelo mundo, além do crescente reconhecimento do Estado Palestino, não conseguiram deter a violência comandada pelo corrupto Netanyahu, que mantém o genocídio temendo a prisão se a matança cessar.
Expulsar Israel de competições esportivas, como a Copa do Mundo da Fifa, a Eurocopa da Uefa e as Olimpíadas, é uma medida que pode mobilizar setores dentro de Israel e judeus democratas globalmente, pressionando pela derrubada do tirano.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, também se juntou às vozes de Cantona e da comissão da ONU: “Governos europeus têm declarado que enquanto a barbárie continua, Israel não pode usar nenhuma plataforma internacional para legitimar sua presença”, disse ele. “As organizações esportivas devem se perguntar se é ético para Israel continuar competindo. Por que a Rússia foi expulsa após invadir a Ucrânia, mas Israel não foi após invadir Gaza?”.
O mundo exige que Israel pare.