A jogadora Beatriz Haddad Maia, de 29 anos, anunciou que encerrará antecipadamente a temporada para descansar, o que foi bem recebido por ex-atletas e especialistas.
A decisão é considerada importante para que a atleta possa recuperar seu equilíbrio físico e mental, apesar de resultar em uma queda no ranking da WTA.
Thomaz Bellucci, ex-número 21 do mundo, comentou que a pausa pode ajudar Bia a retornar ainda mais forte, já que o aspecto emocional é tão crucial quanto o físico no esporte.
Bellucci, que se aposentou em fevereiro de 2023, também compartilhou sua experiência com a depressão vivida ao final de sua carreira, que durou aproximadamente cinco anos.
Em referência a sua própria experiência, ele afirmou que é comum que atletas ocultem seu sofrimento durante momentos difíceis.
A decisão de Bia vem após meses de desgaste, sendo que ela já havia alcançado o top 10 mundial em 2023 e acumulado mais de R$ 47 milhões em premiações durante uma temporada turbulenta cheia de lesões e derrotas.
No WTA 500 de Seul, sua dificuldade se tornou evidente, com imagens mostrando-a lutando para respirar enquanto recebia atendimento médico.
A ex-tenista Patrícia Medrado destacou que o desgaste mental pode afetar a performance física, e que foi possível perceber que Bia sabia o que fazer, mas não conseguia executar.
Medrado acredita que a pausa pode ser crucial para Bia, pois tira a pressão de defender resultados e permite que ela volte sem a obrigação de cumprir expectativas.
Casos semelhantes são comuns, como o do russo Andrey Rublev, que começou a tomar antidepressivos após vivenciar uma crise de sentido em sua vida durante a competição em Wimbledon.
Luís Stival, analista de desempenho, considerou a decisão de Bia corajosa e ressaltou que a pressão competitiva no tênis é intensa, afetando emocionalmente os atletas.
Bruno Soares, ex-número 2 do mundo, acredita que, ao se restabelecer mentalmente, Bia poderá voltar ao seu nível competitivo anterior.
O ex-tenista Ricardo Acioly, conhecido como Pardal, comparou a situação de Bia com a de Amanda Anisimova, que também se afastou das competições por motivos semelhantes.
A atleta Amanda enfrentou dificuldades emocionais após perdas pessoais e burnout, e sua experiência destaca a importância de cuidar da saúde mental no esporte.
Pardal ainda enfatizou que o peso de representar o tênis feminino brasileiro pode impactar Bia psicologicamente.
Outra jogadora, Ons Jabeur, também anunciou seu afastamento das competições por questões de saúde mental, demonstrando que essa situação é recorrente entre atletas.
Bia não definiu um prazo para seu retorno, mas indicou em sua carta de afastamento que espera retornar em breve ao esporte que ama.