A revista France Football organiza a Bola de Ouro, cujo vencedor é revelado em uma cerimônia. Neste evento, realizado no Teatro do Châtelet, um grupo de torcedores do Paris Saint-Germain, conhecidos como “ultras”, se aglomerou na calçada, demonstrando confiança sobre quem seria o ganhador.
Quando Ronaldinho Gaúcho anunciou Ousmane Dembélé como o vencedor, a torcida começou uma celebração barulhenta, com fogos de artifício e bandeiras do PSG.
O grito de “Ousmane, Ballon d’Or!” foi repetido pelos torcedores desde 31 de maio, quando Dembélé teve um desempenho decisivo na final da Champions League, uma goleada histórica de 5 a 0 sobre a Internazionale.
No teatro, a torcida manifestava apoio ao seu herói local. O DJ francês Snake, fanático pelo PSG, conduziu a plateia ao grito de guerra popular nas arquibancadas do Parque dos Príncipes.
“Ici c’est [aqui é]…”, ele provocou. “Paris!”, respondeu a plateia em uníssono.
Quando o ex-jogador Ruud Gullit perguntou a Lamine Yamal – que havia recebido o prêmio de melhor jogador sub-21 – se ele esperava voltar ao palco para receber o prêmio principal, o jovem espanhol sorriu e respondeu: “Não sei”.
A Bola de Ouro, ao tentar ser como o Oscar, acaba proporcionando momentos embaraçosos. Embora os ídolos do futebol estejam acostumados à fama, muitos ainda carecem do domínio e da segurança dos atores.
Em uma improvisação, Gullit pediu à treinadora Sarina Wiegman que voltasse a treinar a Holanda, ignorando que ela já tem um contrato com a seleção inglesa. A resposta de Wiegman, captada de forma falha pelo microfone, foi: “Ainda vou ficar um tempo na Inglaterra”.
Chamando Sarina de “Sabrina”, o ex-técnico Fabio Capello, ao entregar o prêmio de treinadora do ano, evidenciou o desprezo que as mulheres ainda enfrentam no futebol.
Agora com três Bolas de Ouro, a espanhola Aitana Bonmatí observou que todos os prêmios masculinos tinham uma contrapartida feminina, afirmando que “a repercussão que [a premiação] tem ajuda muito o futebol feminino”.
Houve constrangimento quando Gigio Donnarumma recebeu o prêmio de melhor goleiro. Apesar de ser um dos heróis da Champions League, foi quase expulso do PSG ao fim da temporada. Ele agradeceu aos “ex-companheiros” e ao seu novo clube, Manchester City.
Minutos depois, o dirigente qatari Nasser al-Khelaïfi ascendeu ao palco para receber o troféu de time masculino do ano, fazendo referência a “todos os jogadores e treinadores de antes, [inclusive] Gigio, é claro”.
Do lado de fora, Donnarumma foi ovacionado pelos torcedores do PSG, seguido por al-Khelaïfi, que também recebeu gritos de “Président! Président!” da torcida parisiense.
Na saída, jogadores e convidados apressavam-se em direção às vans que os levariam aos jantares de gala pós-premiação. O influenciador brasileiro Luva de Pedreiro, usando um par de tênis amarelo, lamentava a posição de Raphinha, do Barcelona, que ficou em quinto lugar na Bola de Ouro. “Quinto lugar? É f…, pô.”