A seleção masculina de futebol do Brasil foi eliminada do Mundial sub-20, que ocorreu no Chile, marcando um momento triste para o esporte nacional.
A equipe perdeu para a Espanha no sábado (4), em Santiago, por 1 a 0, resultando na eliminação na fase de grupos, algo inédito em suas 20 participações anteriores.
Essa derrota também levou à demissão do treinador Ramon Menezes, que estava no cargo desde o início de 2022, após já ter enfrentado dificuldades no Mundial de 2023, na Argentina, onde a equipe foi eliminada nas quartas de final pela seleção de Israel.
Nesta edição, o Brasil terminou em último lugar no grupo, que incluía o México (empate 2 a 2 na estreia) e Marrocos (derrota 2 a 1). Entre as 24 seleções participantes, apenas Cuba e Nova Caledônia tiveram desempenho inferior. A performance foi considerada vergonhosa.
Assim, a nova geração, representada por Luighi, do Palmeiras, começou mal no torneio chileno. Ele se destacou menos pelas suas atuações e mais por ter sido vítima de ataques racistas na Libertadores sub-20, ocorridos em março no Paraguai.
A situação da seleção sub-20 não é novidade. O vice-campeonato em 2015 foi uma exceção, ostentando nomes como Gabriel Jesus e Danilo Barbosa, diante de um desempenho que piorou drasticamente desde então.
O Brasil não conseguiu se classificar para três dos últimos seis campeonatos (2013, 2017 e 2019). Para uma nação com cinco títulos no Mundial sub-20, essa situação é decepcionante.
A base é fundamental para formar talentos que contribuirão com a seleção principal, que não vence uma Copa do Mundo desde 2002.
Há sim uma relação entre o desempenho fraco nas categorias de base e a desconfiança com relação à seleção adulta.
É possível que o futebol brasileiro não tenha piorado, mas sim que a concorrência tenha avançado. Ambas as situações estão interligadas.
Existem justificativas para a eliminação precoce do time sub-20 neste Mundial. Ramon mencionou a falta de tempo de preparação, apenas seis dias, o que prejudicou o entrosamento. Além disso, a equipe não contou com Endrick, 19, e Estêvão, 18, os melhores jogadores da faixa etária, não liberados por seus clubes.
Se a preparação foi inadequada, a CBF deve ser responsabilizada. No tocante às ausências, fica claro que não se pode contar apenas com jovens talentos. É preciso investir em um desenvolvimento mais sólido.
Desconsiderando as desculpas, o que permanece são os resultados. O sub-20 e sub-17 enfrentam dificuldades, e a seleção principal, apesar de se classificar para a Copa de 2026, não apresenta um bom desempenho nas Eliminatórias.
Com o futebol atravessando um mau momento, o Brasil pode não ser mais merecedor do título de “país do futebol”, se considerarmos a atualidade e não apenas seu passado glorioso.
No cenário esportivo brasileiro, as ginásticas (artística e rítmica), o surfe e o atletismo paralímpico se destacam como exemplos de sucesso.
Se o Brasil é o país de algo, é da ginástica, do surfe e do esporte paralímpico, que brilha além das competições de atletismo.
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