A Serena Energia (SRNA3) confirmou na sexta-feira (31) os detalhes de sua Oferta Pública de Aquisição (OPA), um passo crucial para retirar suas ações da B3 (B3SA3).
O preço foi definido em R$ 11,74 por ação, conforme documento enviado ao mercado.
O leilão que formaliza a operação está marcado para o dia 4 de novembro de 2025, às 15h, na bolsa brasileira.
A empresa, que estreou na B3 em 2017 com o nome de Ômega Energia, se prepara para encerrar seu ciclo como companhia aberta e deixar o mercado acionário.
Como funciona a OPA da Serena
O processo de fechamento de capital exige que, no leilão ou mediante manifestação expressa, mais de dois terços dos acionistas minoritários concordem com a operação. Se o quórum não for alcançado, a ofertante desistirá da proposta e os investidores que aderiram não terão suas ações compradas.
A OPA será conduzida pelas gestoras Actis e GIC, fundo soberano de Cingapura, que em maio já haviam sinalizado a intenção de adquirir o controle da companhia e simplificar sua estrutura societária.
Na época, a proposta representava um prêmio de 10% sobre a cotação dos papéis, reforçando a atratividade da oferta para acionistas que buscavam liquidez.
Motivos por trás do fechamento de capital
Segundo os envolvidos na operação, a decisão de fechar o capital da Serena visa simplificar a estrutura corporativa e oferecer maior flexibilidade na gestão financeira e operacional.
Essa mudança permitirá que a empresa concentre esforços na expansão, focando em novos projetos de energia renovável, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
O objetivo é aumentar a capacidade de investimentos em empreendimentos greenfield (novos projetos) e brownfield (expansão de ativos já existentes).
Além disso, a redução da alavancagem reforça a posição financeira da companhia. Após registrar uma relação dívida líquida/Ebitda de 6,8 vezes em 2023, a empresa conseguiu reduzir esse índice para 4,38 vezes no final de 2024.
O que muda para o investidor
Com a saída da B3, os acionistas minoritários têm duas opções: aceitar a OPA e vender suas ações ao preço ofertado, ou optar por permanecer com os papéis, caso o fechamento não seja confirmado.
No entanto, se o leilão receber adesão suficiente, a Serena deixará de ser listada e os investidores que não aderirem poderão enfrentar baixa liquidez em eventuais negociações futuras, uma vez que a ação deixaria de ser negociada em bolsa.
A avaliação de especialistas é que a oferta tende a atrair um grande número de minoritários, dado o prêmio em relação às cotações históricas recentes e o contexto de reorganização da companhia.
Vale a pena?
O caso da Serena Energia ilustra um movimento cada vez mais comum entre companhias que buscam flexibilidade estratégica ao abrir mão do capital aberto, para se concentrar em crescimento e eficiência sem a pressão trimestral do mercado acionário.
Para o investidor, trata-se de uma decisão que exige a ponderação entre a liquidez imediata da OPA e a incerteza de permanecer acionista de uma empresa que pode deixar de ser listada.
A decisão final, no entanto, será conhecida em novembro, quando o leilão determinará o futuro da Serena na B3.