Cogna: quase 200% de valorização
A liderança isolada ficou com a Cogna (COGN3), que avançou 197,76% até o momento. Após anos de reestruturação e redução de dívidas, a companhia demonstrou sinais consistentes de recuperação.
O crescimento do ensino à distância e a eficiência operacional renovaram o impulso da empresa, que vinha enfrentando um longo período de queda. A percepção de que o setor de educação entraria em um novo ciclo crescente atraiu investidores.
Helbor: a surpresa da construção civil
A Helbor (HBOR3) teve um aumento de 178,91%, uma consequência de seu ponto de partida descontado no início do ano. Apesar de desafios como crédito caro, a empresa capitalizou a resiliência do mercado imobiliário, especialmente nas regiões metropolitanas.
A melhora nas margens e a redução da alavancagem renovaram a confiança do mercado.
Aura Minerals
A terceira colocada foi a Aura Minerals (AURA33), com 173,44% de valorização. Esse desempenho está ligado ao rali global dos metais preciosos e industriais em 2025, impulsionado por expectativas de cortes de juros nos EUA e aumento da demanda da China.
A mineradora manteve boa disciplina operacional, garantindo forte geração de caixa e produção consistente.
Moura Dubeux e Ser Educacional
Na quarta posição, a Moura Dubeux (MDNE3) teve alta de 168,52%, se consolidando como uma das maiores apostas no Nordeste. O foco regional e a execução de projetos em áreas de alta demanda foram os principais diferenciais.
A Ser Educacional (SEER3), que valorizou 150,69%, também se beneficiou do crescimento do ensino digital e expectativas de consolidação no setor educacional.
Movida: recuperação da locação de veículos
A Movida (MOVI3) teve um avanço de 146,60% devido à recuperação do setor de locação de veículos, que enfrentou margens pressionadas por altos custos de financiamento e preços elevados de automóveis.
A expectativa de queda da Selic em 2026 reforçou o movimento comprador no segmento.
Serena: o brilho da energia elétrica
O setor elétrico teve a Serena (SRNA3) como destaque, com valorização de 124,55%. A empresa obteve resultados consistentes e aumento de margens ao longo de 2025, superando expectativas em um setor normalmente associado à estabilidade.
O pano de fundo da disparada
Ao analisar as maiores altas de 2025, três pontos se destacam:
- Turnarounds bem-sucedidos: empresas como Cogna e Ser Educacional demonstraram que ajustes de gestão e desalavancagem podem resultar em forte valorização.
- Setores resilientes: a construção civil apresentou retornos superiores, com empresas como Helbor e Moura Dubeux.
- Busca por risco: dez das 12 ações que dobraram em valorização estão no índice Small Caps, evidenciando o apetite por ativos de crescimento acelerado.
O alerta da liquidez
Apesar do entusiasmo gerado pelas altas, é necessário cautela. A baixa liquidez de ações como Helbor, Ser Educacional e Lavvi pode aumentar a volatilidade e dificultar operações maiores.
Esse fator pode intensificar quedas, assim como potencializou as altas observadas em 2025.
A Bolsa de oportunidades concentradas
A discrepância entre a leve alta do Ibovespa e as explosivas valorizações dessas 12 ações evidencia que, em 2025, o mercado brasileiro foi repleto de oportunidades concentradas.
Enquanto setores como bancos e commodities mantiveram o índice principal mais lento, os maiores retornos foram com empresas em reestruturação e incorporadoras com preços deprimidos.