O mais recente relatório da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), divulgado nesta semana, aponta que os
títulos de renda fixa presentes nos fundos de investimentos totalizaram R$ 245,5 bilhões ao final do primeiro semestre de 2025, crescimento de +9,4% na comparação anual.
Entre os destaques estão os títulos de renda fixa incentivados, que, no conjunto, avançaram +15,6%, somando R$ 67,3 bilhões, o que mostra que existe bastante apetite além de, só, emprestar dinheiro ao governo brasileiro no
Tesouro Direto.
Afinal de contas, as
LCIs registraram alta de 43,1% e fecharam o semestre com montante de R$ 17,3 bilhões, ajudando os bancos a financiarem linhas de crédito ao mercado imobiliário. Por sua vez, as
LCAs tiveram aumento de 19,7%, totalizando R$ 13,7 bilhões, que abrem as porteiras ao agronegócio.
De acordo com Tatiana Itikawa, superintendente de Representação da Anbima, os gestores adotaram uma estratégia de diversificação para enfrentar os desafios das economias doméstica e internacional, obtendo avanços significativos tanto na renda fixa quanto na renda variável.
Ela afirma que o montante financeiro sob gestão alcançou R$ 540,3 bilhões ao final do primeiro semestre de 2025, representando um aumento de 7,1% em comparação com o fechamento de 2024.
LCAs e LCIs pagarão quanto de imposto de renda?
A corrida por LCAs e LCIs, que oferecem taxas de até 94% do CDI, está relacionada ao esforço do governo Lula para taxar essas aplicações bancárias de renda fixa a partir de janeiro de 2026.
A Medida Provisória (MP) 1.303/2025, liderada pelo deputado federal Carlos Zarattini (PT/São Paulo), propõe ao Congresso Nacional a elevação da tributação das LCAs e LCIs de 5% para 7,5%, superando a cobrança inicialmente sugerida pelo governo federal.
Em contrapartida, o relator da MP 1.303/2025 manterá a isenção de imposto de renda sobre investimentos em
debêntures incentivadas,
CRAs e
CRIs, permitindo que empresas obtêm recursos diretamente dos investidores para projetos de infraestrutura em Brasil.
Contudo, enquanto as
LCAs e
LCIs possuem a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), os investimentos em
CRAs,
CRIs e
debêntures incentivadas estão expostos ao risco de inadimplência da empresa emissora.
No entanto, os gestores de fundos de investimento reconhecem o potencial de ganhos desse segmento da renda fixa, que provavelmente continuará isento da cobrança de imposto de renda.
As
debêntures incentivadas cresceram 6,5%, atingindo R$ 15,7 bilhões nos fundos de investimento durante o primeiro semestre do ano.