Nesta segunda-feira (22), a Embraer (EMBR3) anunciou um contrato com a Latam (LTM) para a venda de aviões comerciais. O acordo inclui a entrega firme de 24 aeronaves e uma opção de compra de mais 50.
O modelo escolhido pela Latam foi o E-195-E2, apropriado para trajetos de curta e média duração, como viagens domésticas. O contrato, avaliado em R$ 11,2 bilhões, visa aumentar as rotas da companhia aérea dentro do Brasil inicialmente.
A primeira entrega da Embraer está prevista para o segundo semestre do ano que vem. O pedido adicional não tem prazo definido para entrega e poderá ser destinado a subsidiárias da Latam em outros países onde a empresa atua.
O acordo com a Embraer representa uma mudança na estratégia da Latam, que até então contava apenas com aeronaves Airbus e Boeing em sua frota. Assim, a Latam se torna a segunda companhia nacional a utilizar jatos da fabricante brasileira.
As ações da Embraer apresentaram otimismo após a assinatura do contrato, com os papéis subindo mais de 2% no início do pregão. Por volta das 11h, cada ação era negociada a R$ 78,30, segundo dados da B3.
Na NYSE, as ações da Latam registraram uma leve alta de 0,2%, alcançando cerca de US$ 47,50. No acumulado deste ano, a aérea tem observado uma valorização de 75% em seu valor de mercado, atualmente estimado em US$ 14 bilhões.
Atrasos e reputação das concorrentes
O pedido inédito da Latam surge em um contexto de atrasos sucessivos entre as principais concorrentes da Embraer. A Airbus, recentemente, comunicou que os pedidos de aeronaves enfrentariam um longo período de atrasos, que pode se estender por até três anos.
As empresas estariam lidando com sérios problemas na cadeia de suprimentos, impactando os prazos de entrega estabelecidos com as companhias aéreas. “Estamos trabalhando em estreita colaboração com os fornecedores para mitigar o impacto da situação atual em nossos clientes”, afirmou um porta-voz da empresa à imprensa.
No caso da Boeing, além dos atrasos, a companhia se recupera de acidentes aéreos que comprometeram sua reputação. Em junho, um 787-8 Dreamliner caiu na Índia, resultando na morte de mais de 200 pessoas.