🚨 O canal oficial do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi retirado do ar pelo YouTube, gerando repercussão internacional e aumentando as tensões diplomáticas entre Caracas e Washington.
A conta era utilizada pelo presidente para transmitir discursos oficiais e clipes do programa da TV estatal Telesur, sendo uma ferramenta digital importante de comunicação do governo.
A informação foi inicialmente divulgada pela agência AFP, e a Telesur confirmou a remoção em uma publicação no X (antigo Twitter), afirmando que o canal havia sido “eliminado” na noite de sexta-feira (19), sem justificativa oficial do YouTube.
Antes da remoção, a conta tinha mais de 330 mil inscritos, embora relatórios anteriores indicassem cerca de 230 mil.
Possíveis razões para a exclusão
Conforme a política da plataforma, canais podem ser eliminados por violarem repetidamente as regras da comunidade, que incluem conteúdos classificados como:
- Discurso de ódio ou incitação à violência;
- Desinformação considerada nociva;
- Materiais que interfiram em processos democráticos, como eleições ou votações.
Até o momento, o YouTube não se manifestou oficialmente sobre os motivos específicos da decisão, mas analistas acreditam que a medida está ligada ao caráter político e propagandístico das publicações do presidente.
Tensão entre EUA e Venezuela
O episódio ocorre em um contexto de agravamento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a Venezuela. No início de setembro, as forças norte-americanas acusaram uma embarcação venezuelana de estar envolvida em tráfico de drogas, gerando desavenças entre os dois países.
Em resposta, Maduro enviou uma carta ao presidente norte-americano Donald Trump, datada de 6 de setembro.
No documento, ele negou as acusações de que a Venezuela seria um ponto chave para o tráfico internacional e afirmou que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia passariam pelo território venezuelano. Além disso, garantiu que 70% das cargas são apreendidas pelas autoridades locais.
Na mesma mensagem, Maduro pediu uma relação mais “pacífica” e sugeriu que os diálogos fossem realizados com o apoio do diplomata Richard Grenell, buscando superar o que chamou de “ruídos midiáticos e fake news”.
Impacto político e comunicacional
A retirada do canal representa um revés significativo para Maduro, que vinha usando as redes sociais para fortalecer sua narrativa política e tentar contornar restrições impostas por veículos internacionais.
Para críticos de seu governo, a decisão do YouTube reflete a necessidade de limitar a disseminação de conteúdos que poderiam ser vistos como propaganda e desinformação.
A expectativa cresce sobre uma reação oficial de Caracas à decisão, em um ambiente de atritos com Washington, que já incluem tarifas comerciais elevadas e críticas abertas de Lula em um artigo recente no The New York Times contra medidas unilaterais do governo norte-americano.