A análise sinaliza um reposicionamento na ordem de confiança dos analistas em relação às instituições financeiras brasileiras, com base em projeções de lucro, rentabilidade, geração de capital e riscos operacionais.
Itaú (ITUB4)
O Itaú segue sendo a principal aposta do Goldman Sachs no setor, com recomendação de compra mantida.
A expectativa para o terceiro trimestre de 2025 também é positiva, com o banco mantendo alta previsibilidade nos lucros e performance operacional acima da média.
Segundo o Goldman, o Itaú continuará entregando resultados consistentes, mesmo num cenário desafiador.
Bradesco (BBDC4)
Após um período de pressão nos resultados, o Bradesco teve sua recomendação elevada de “venda” para “neutra”, com o preço-alvo ajustado de R$ 15 para R$ 17.
O banco demonstrou melhora significativa na geração de capital e uma recuperação gradual da lucratividade ao longo de 2025.
A expectativa de que o ROE avance de 9,6% em 2023 para 14,6% em 2025, somada à redução no custo dos depósitos e maior eficiência na gestão de risco, reforça a percepção de que o Bradesco pode estar virando a chave.
O banco também deve registrar a maior expansão de lucro trimestral entre os grandes players (4%) no 3T25.
Santander Brasil (SANB11)
Na contramão, o Santander Brasil teve sua classificação rebaixada de “neutra” para “venda”, com o preço-alvo reduzido de R$ 28 para R$ 26. O Goldman vê crescimento mais lento da carteira de crédito, aliado a custos de risco elevados, como principais entraves para a geração de lucros sustentáveis.
A instituição estima que os lucros do Santander permanecerão estáveis no terceiro trimestre, enquanto os concorrentes devem crescer.
Além disso, as projeções de lucro para 2026-2027 estão 5% abaixo do consenso de mercado, reforçando os riscos de queda nas expectativas.
Banco do Brasil (BBAS3)
Com valuation atrativo, negociando a 0,6 vez o valor patrimonial estimado para 2026, o Banco do Brasil permanece com recomendação neutra.
Apesar de mostrar resiliência, o banco enfrenta incertezas ligadas à deterioração da carteira de crédito rural, que deve pesar nos resultados do 3T25, período com forte concentração de vencimentos nesse segmento.
O Goldman prevê uma contração no lucro do BB, reduzindo sua estimativa para R$ 21,3 bilhões, queda de 4% frente ao cálculo anterior.
Ainda assim, há espaço para surpresas positivas, dependendo do desempenho de indicadores mais recentes.
A nova avaliação do Goldman Sachs reforça o Itaú como líder isolado entre os bancos brasileiros listados, graças à sua forte rentabilidade, capital robusto e capacidade de entrega de resultados.
O Bradesco aparece em recuperação, com fundamentos melhorando e potencial de valorização. Já o Santander Brasil é visto com cautela, diante de uma dinâmica menos favorável em crescimento e risco de revisão para baixo nas expectativas.
O Banco do Brasil, por sua vez, permanece como uma incógnita, com valuation descontado, mas exposto a riscos setoriais relevantes.