Segundo os analistas, a mudança está diretamente ligada ao avanço concreto do processo de privatização da empresa, que estaria próximo de se tornar realidade.
A equipe liderada por Fillipe Andrade também revisou para cima o preço-alvo das ações, passando de R$ 24,10 para R$ 43,20, o que representa um potencial de valorização de cerca de 22% frente à cotação atual de R$ 35,45.
De acordo com o BBA, a valorização de 73% da ação no acumulado de 2025 — desempenho que superou amplamente o Ibovespa (+18%) e o Índice de Energia Elétrica – IEEX (+37%) — reflete o crescente otimismo em torno da privatização da companhia, especialmente após uma série de avanços políticos e legislativos em Minas Gerais.
Para os analistas, as últimas interações com autoridades do governo estadual e parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) indicam um ambiente cada vez mais favorável à desestatização da Copasa.
“Vimos uma mudança clara de postura do governo estadual quanto à destinação dos recursos da venda e uma redução significativa da resistência no Legislativo”, destacaram.
Entre os marcos recentes, está a aprovação da PEC nº 24/2023, que remove dois obstáculos importantes ao processo, a exigência de referendo popular e a necessidade de maioria constitucional para aprovar a venda de estatais. Agora, a privatização poderá ser aprovada com maioria simples dos votos dos deputados.
Além disso, a entrada em vigor, em janeiro de 2025, das novas regras do Programa de Recuperação Fiscal dos Estados (PROPAG) criou incentivos adicionais para a privatização de ativos não estratégicos.
Com isso, o governo mineiro protocolou dois projetos de lei para a desestatização da Cemig (CMIG4) e da Copasa. Embora a discussão sobre a elétrica não tenha avançado, o cenário para a Copasa se tornou mais favorável neste ano.
O PL 4.380/25, que estabelece o marco legal para a privatização da empresa de saneamento, já conta com apoio significativo no Legislativo estadual.
Segundo o Itaú BBA, o governo mineiro decidiu focar na Copasa por entender que o setor permite ganhos em eficiência, ampliação do acesso aos serviços e alívio nas contas públicas.
O novo texto do projeto permite flexibilização no modelo de venda — incluindo oferta primária de ações — e determina que 100% dos recursos arrecadados sejam usados para o pagamento antecipado da dívida estadual.
Com a criação da Comissão Especial para análise final da proposta, o banco avalia que a tramitação está na reta final.