A Tesla (TSLA34) está no meio de uma disputa. De um lado, Elon Musk solicita um salário de US$ 1 trilhão para continuar à frente da companhia; do outro, há uma revolta do sindicato que representa os acionistas minoritários da fabricante de carros elétricos.
Para que o salário de Musk se torne o maior pago a um CEO nos Estados Unidos, uma série de requisitos deve ser cumprida ao longo dos anos.
O pacote trilionário ainda não foi aprovado, mas, segundo os conselheiros, a expectativa é que sim. Nesta semana, a presidente do conselho de administração da Tesla enfatizou que a liderança de Musk é crucial para o futuro da empresa, e que, caso o pagamento não seja aprovado, ele pode deixar o comando da marca.
“Reter e incentivar Elon é fundamental para que a Tesla se torne a empresa mais valiosa da história”, afirmou Robyn Denholm, presidente do conselho da Tesla, em carta aos investidores. “[O pacote foi] projetado para alinhar um extraordinário valor de longo prazo para os acionistas com incentivos que impulsionarão o desempenho máximo do nosso líder visionário”, completou.
Atualmente, Elon não recebe um salário fixo como CEO, já que sua remuneração varia de acordo com o desempenho da marca. A nova proposta prevê que o executivo tenha uma remuneração fixa mensal, além de aumento de ações na companhia, permitindo que, no futuro, ele possua uma fatia maior do que os atuais 13% de capital social.
A decisão sobre o novo tipo de pagamento de Musk deve ser anunciada na próxima semana, durante reunião do conselho sobre o assunto. A favorabilidade da maioria dos conselheiros ainda é incerta, mas o sindicato deve pressionar para impedir a medida.
A principal preocupação gira em torno da governança corporativa da Tesla, que pode ser afetada caso Musk assuma uma participação ainda maior.
“A ideia de que outro grande prêmio em ações irá, de alguma forma, reorientar um homem que está distraído é ilógica e contrária às evidências”, ressaltou Thomas DiNapoli, que possui cerca de 3 milhões de ações da companhia, representando apenas 0,1% do valor de mercado. “Isso não é pagamento por desempenho. É um pagamento por poder sem controle”, concluiu.






