A performance foi impactada, principalmente, pelo cenário mais desafiador no Brasil, com queda nos preços do aço e recuo das margens, ainda que as vendas tenham crescido.
A Gerdau encerrou o período com lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, recuo de 24% em relação ao mesmo trimestre de 2024, quando havia reportado R$ 1,43 bilhão.
Já a Metalúrgica Gerdau, holding que detém participação na siderúrgica, lucrou R$ 1,09 bilhão, queda de 24,1% na comparação anual.
Receita cresce com apoio internacional
A receita líquida consolidada da Gerdau alcançou R$ 17,9 bilhões no 3T25, alta de 3,5% frente ao mesmo período do ano passado. De acordo com o relatório da companhia, o resultado foi impulsionado pelo maior volume de vendas, com destaque para a operação na América do Norte, que respondeu por 50% da receita total.
A empresa também apontou contribuição relevante da Argentina, com aumento nas vendas e melhoria no mix de produtos, favorecendo os resultados da operação local.
Apesar disso, o mercado brasileiro exerceu forte pressão sobre as margens da empresa. A Gerdau informou que a receita líquida no país foi 2,6% menor, afetada pela queda dos preços do aço, tanto no mercado interno quanto nas exportações.
Esse impacto foi apenas parcialmente compensado pelo aumento de 16,6% nas vendas, que totalizaram 1,58 milhão de toneladas, e pela alta de 15,6% na produção de aço bruto, que somou 1,6 milhão de toneladas no Brasil no período.
Nas operações nos Estados Unidos, a produção de aço bruto recuou 8,9%, para 1,3 milhão de toneladas, enquanto as vendas avançaram 3%, para 1,2 milhão de toneladas.
Já no restante da América do Sul, excluindo o Brasil, a companhia registrou crescimento de 7,6% na produção (164 mil toneladas) e de 10,2% nas vendas (289 mil toneladas).
Ebitda impactado pelo Brasil; despesas caem, mas custos sobem
O Ebitda ajustado da Gerdau totalizou R$ 2,7 bilhões, uma queda de 9,2% na comparação com o mesmo período de 2024.
Segundo a empresa, o desempenho foi afetado pela redução do Ebitda no Brasil, que compensou o crescimento do indicador nas operações da América do Norte.
Com isso, a margem Ebitda da Gerdau encolheu, refletindo o ambiente desafiador no mercado interno. Enquanto isso, os custos de vendas subiram 2,2% no período, totalizando R$ 15,8 bilhões. Já as despesas operacionais (vendas, gerais e administrativas) caíram 6,7%, somando R$ 512 milhões, o que ajudou a atenuar os efeitos da pressão sobre as margens.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 223 milhões, mas ainda assim representou uma melhora de 30,9% na comparação anual, beneficiado principalmente pela expansão do caixa e das aplicações financeiras.
A dívida líquida consolidada ao final de setembro foi de R$ 8,7 bilhões, com índice de alavancagem de 0,81x, considerado saudável.
Metalúrgica Gerdau tem lucros menores e dividendos mantidos
A companhia apurou uma receita líquida de R$ 17,98 bilhões, crescimento de 3,5%, beneficiada pelo maior volume de vendas, que somou 3,1 milhões de toneladas, alta de 9,1% em relação ao 3T24.
O Ebitda ajustado também sofreu impacto e recuou 9,2%, para R$ 2,73 bilhões. A margem Ebitda passou de 17,3% para 15,2%, acompanhando a queda da lucratividade da controlada.
Mesmo com a retração dos resultados, a empresa aprovou o pagamento de R$ 188,8 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,19 por ação, com data de pagamento definida para 12 de dezembro de 2025.
Geração de caixa e investimentos em alta
No trimestre, a geração de caixa livre da Metalúrgica Gerdau foi positiva em R$ 1 bilhão, favorecida pela liberação de R$ 300 milhões em capital de giro.
O Capex (investimentos) totalizou R$ 1,7 bilhão, sendo que 77% desse montante foi direcionado às operações brasileiras, com foco em modernização e eficiência operacional.
 
			 
			


 
							



