
O mercado está unânime quanto à manutenção da Selic em 15% nesta reunião, e, segundo pesquisa Projeções Broadcast, a maioria das instituições (92%) prevê que a taxa fique estável nesse nível até, pelo menos, o final do ano.
Para analistas consultados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), na comunicação desta quarta-feira, é provável que o Copom mantenha a mensagem principal de que o juro ficará em patamar significativamente contracionista por período prolongado.
Eles avaliam que o cenário entre reuniões se desenvolveu em linha com o esperado pelo colegiado; com dados mais benignos de inflação corrente, apesar das expectativas ainda desancoradas, e sinais mistos da atividade, mas com indicação de uma ligeira desaceleração.
Enfatizam que há, no entanto, grande incerteza sobre o cenário no ano que vem. No âmbito doméstico, o destaque é o ambiente fiscal, com a proximidade do período eleitoral. Já no internacional, a grande interrogação é se haverá continuidade no ciclo de afrouxamento promovido pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), frente a dados mais fortes do que o esperado do mercado de trabalho, atividade e inflação nos Estados Unidos.
Desde a última reunião, a mediana do Focus para a inflação de 2025 diminuiu de 4,83% para 4,55% – ligeiramente acima do teto da meta de inflação, de 4,50% -, e de 2026, de 4,30% para 4,20% – ainda acima do centro da meta, de 3,0%. No intervalo, o IPCA-15 desacelerou a 0,18% em outubro, ante 0,48% em setembro. Em 12 meses, arrefeceu de 5,32% para 4,94%.
Já o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,40% em agosto, na série com ajuste sazonal, depois de cair 0,52% em julho. O resultado ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que apontava para uma alta de 0,70%.
No período entre reuniões, o presidente do BC e outros membros do colegiado reiteraram a mensagem de que o juro deve permanecer em nível contracionista por tempo prolongado.
Em declaração recente, o banqueiro central afirmou que a manutenção da taxa de juros nessa condição é necessária para produzir a convergência da inflação à meta. Na ocasião, disse que o BC está “bastante incomodado pelo fato de que ela ainda não está na meta”, mas que a autarquia vê um processo de desaceleração ocorrendo.






