A Engie Brasil Energia (EGIE3) registrou um lucro líquido ajustado de R$ 731 milhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido contábil, sem ajustes, chegou a R$ 738 milhões, um crescimento de 12,2%.
Mais energia vendida e aumento no Ebitda
No trimestre, a companhia viu a quantidade de energia vendida crescer 15,3%, líquida das operações de trading. Esse aumento foi resultado, em grande parte, da incorporação das usinas hidrelétricas Santo Antônio do Jari e Cachoeira Caldeirão, adquiridas recentemente. Além disso, houve maior atuação no mercado livre, impulsionada pela entrada em operação comercial de novos parques de geração.
O Ebitda da Engie somou quase R$ 1,9 bilhão, uma alta de 13,8% em base anual, refletindo o crescimento das receitas com energia e avanços em projetos de transmissão.
Segundo a empresa, somente a maior quantidade de energia vendida respondeu por uma contribuição positiva de R$ 249 milhões no resultado. Apesar disso, houve uma pequena queda no preço médio líquido da energia.
Sobre os cortes de geração, os chamados curtailments, a Engie afirmou que houve uma frustração de 24% na geração de suas usinas eólicas e solares no período, com base em dados do ONS (Operador Nacional do Sistema), mas não detalhou o impacto financeiro desses cortes.
O segmento de transmissão de energia também reforçou os resultados, com evolução nas obras de um dos projetos em curso e incremento na remuneração de concessões. Isso se refletiu diretamente na receita operacional líquida do período.
Aumento de capital e bonificação de ações
O Conselho de Administração aprovou um aumento de capital de R$ 1,96 bilhão por meio da capitalização de reservas de lucros, com distribuição gratuita de 326,4 milhões de novas ações ordinárias aos acionistas — o equivalente a 1 nova ação para cada 2,5 ações em carteira na data-base de 26 de novembro de 2025.
Com a operação, o capital social da companhia passará para R$ 6,86 bilhões, dividido em 1,14 bilhão de ações.
As ações bonificadas serão creditadas em 1º de dezembro de 2025 e terão os mesmos direitos das ações atuais, incluindo direito a dividendos declarados a partir dessa data. A negociação das ações da Engie “ex-direito” à bonificação ocorrerá a partir de 27 de novembro de 2025.
As ações fracionadas seguirão as regras da Lei das S.A.: haverá um prazo de 30 dias para negociação entre os acionistas e, após esse período, os saldos residuais serão vendidos em bolsa, com divisão proporcional do valor arrecadado.
Os titulares de ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) também receberão as bonificações nas mesmas condições e proporção.
O valor contábil unitário atribuído às ações bonificadas será de R$ 6,00867880, conforme exigência legal.
