O fundo imobiliário TRXF11 anunciou um acordo com o Atacadão para a compra e locação de sete imóveis operados pela rede varejista, que recentemente fechou seu capital no país. A transação está estimada em cerca de R$ 297 milhões e será estruturada no modelo “sale and leaseback”, em que o ativo é vendido e imediatamente alugado ao proprietário anterior.
Segundo a TRX Investimentos, gestora do TRXF11, os contratos terão prazo de 15 anos e serão firmados na modalidade atípica, o que garante maior previsibilidade de receita e estabilidade ao portfólio do fundo.
As etapas finais da negociação dependem da aprovação do Cade e da conclusão das diligências jurídicas e técnicas. A expectativa é que os contratos definitivos sejam assinados até 19 de dezembro.
“Trata-se de uma transação estratégica, que une duas companhias de referência e reforça o compromisso do fundo com a geração de valor sustentável e previsível para os cotistas”, afirma Gabriel Barbosa, sócio e gestor da TRX Investimentos.
TRXF11 divulga relatório gerencial
Na semana passada, o TRXF11 divulgou seu relatório gerencial de outubro, no qual registrou resultado operacional de R$ 25,7 milhões no mês e anunciou a distribuição de R$ 0,93 por cota — valor que corresponde a um dividend yield anualizado de 11,03% sobre a cota de mercado de R$ 101,22. O pagamento será realizado nesta sexta-feira, 14 de novembro, para os cotistas posicionados em 31 de outubro.
Ao mesmo tempo, o fundo avançou na 12ª emissão de cotas. O período de preferência, encerrado em 27 de outubro, resultou na captação de R$ 93,9 milhões. O exercício de sobras e montante adicional começou em 28 de outubro, com liquidação em 7 de novembro — data em que se abriu a fase destinada a investidores profissionais.
A nova emissão tem como objetivo captar até R$ 2 bilhões para financiar aquisições, desenvolvimento de imóveis já previstos na carteira e novas operações em negociação. O valor pode chegar a R$ 3 bilhões, caso haja interesse por lote adicional.
Obras em andamento e alavancagem
A gestão informou que as obras dos projetos em desenvolvimento seguem dentro do cronograma. Os destaques são a nova unidade do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, com 85% de execução, e a unidade Obramax em São Gonçalo (RJ), com 98% concluída e inauguração prevista para novembro.
Sobre o endividamento, como informado no relatório de março, o TRXF11 havia realizado uma operação de antecipação de recebíveis atrelada ao CDI, usada como empréstimo ponte até a inauguração da Obramax. Com a entrega da loja perto de acontecer, o fundo negocia o pré-pagamento dessa operação, substituindo-a por um CRI de longo prazo indexado ao IPCA.
Para viabilizar o desembolso de aproximadamente R$ 300 milhões até outubro de 2026 — referentes ao desenvolvimento e aquisição do terreno do Hospital Albert Einstein — o fundo está estruturando novas operações de antecipação de recebíveis. Os contratos usados como lastro pertencem a imóveis do TRXF11 que não possuem ônus.
As operações em negociação com instituições financeiras e investidores institucionais buscam equilibrar essas demandas sem comprometer o guidance de dividendos do TRXF11, que segue entre R$ 0,90 e R$ 0,93 por cota até dezembro de 2025. A base de cotistas se manteve em expansão. Em setembro, o TRXF11 ultrapassou a marca de 204 mil investidores, enquanto o volume médio diário negociado alcançou R$ 10,47 milhões, consolidando o fundo entre os mais líquidos do setor.
