Em carta divulgada aos acionistas, o megainvestidor afirmou que permanecerá como presidente do conselho, mas que a gestão executiva será transferida a Abel, atualmente vice-presidente de operações não seguradoras.
“Greg Abel se tornará o chefe no fim do ano. Ele é um grande gestor, um trabalhador incansável e um comunicador honesto. Desejem a ele um mandato longo”, escreveu Buffett, deixando claro seu apoio à nova liderança.
A carta também sinaliza o fim de uma era. Buffett não escreverá mais as tradicionais cartas anuais da Berkshire, que serão de responsabilidade de Abel. Ainda assim, o investidor disse que continuará se comunicando com os acionistas por meio de cartas especiais no Dia de Ação de Graças.
Doações aceleradas e sucessão familiar
Buffett revelou também que está acelerando as doações de sua fortuna estimada em US$ 149 bilhões. Nesta nova rodada, ele doou 1,5 milhão de ações para a fundação em homenagem à sua falecida esposa, Susan Thompson Buffett, e 400 mil ações para cada uma das fundações dirigidas por seus filhos.
A decisão, segundo Buffett, foi motivada pela idade dos herdeiros, que variam entre 67 e 72 anos, e pela necessidade de garantir que tenham tempo de conduzir os ativos antes que curadores externos assumam.
“Preciso acelerar o ritmo das doações em vida às fundações dos meus filhos”, afirmou.
Confiança total no sucessor
Buffett reiterou sua confiança em Greg Abel, que vem sendo preparado há anos para a sucessão.
“Greg superou as altas expectativas que eu tinha. Ele entende muitos de nossos negócios e pessoas melhor do que eu agora e é um aprendiz rápido.”
Ele acrescentou que manterá uma quantidade relevante de ações da classe A enquanto os acionistas se adaptam à nova gestão, demonstrando preocupação com uma transição segura e bem recebida pelo mercado.
Berkshire continua sólida
Mesmo com o processo sucessório em andamento, Buffett frisou que a Berkshire Hathaway continua com fundamentos sólidos.
A empresa encerrou o terceiro trimestre com US$ 381,6 bilhões em caixa e lucro operacional 34% maior, apesar de reduzir posições acionárias por 12 trimestres seguidos. Ele garantiu que a companhia continuará sendo “um ativo para os Estados Unidos” e “com menos chance de desastre do que qualquer outra empresa que conheça”.
Reflexão final
Encerrando sua carta em tom pessoal e reflexivo, Buffett atribuiu seu sucesso à “sorte ridícula” de ter nascido nos EUA e agradeceu pelas oportunidades que teve ao longo da vida.
“A sorte tem limites, mas devo agradecer à Senhora Sorte por tudo o que me concedeu.” “Escolham seus heróis com cuidado e imitem-nos. Você nunca será perfeito, mas pode sempre ser melhor.”






