A Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência da Oi (OIBR3), por entender que a companhia não tem mais condições de cumprir com as suas obrigações financeiras.
A decisão fez a B3 suspender as negociações com ações da Oi e deixou muitos acionistas em dúvida sobre o que acontece agora com o seu investimento.
De acordo com especialistas, a chance de os acionistas recuperarem seus investimentos é pequena. A prioridade da Justiça será pagar os credores da Oi e, como a situação da empresa é complicada, deve sobrar pouco ou nenhum recurso para os investidores.
Com a falência, os bens da Oi serão vendidos para garantir o pagamento dos seus credores, seguindo a ordem de preferência determinada pela legislação brasileira.
Isto é, primeiro serão pagos os trabalhadores, depois os créditos com garantias reais, as dívidas tributárias, os créditos sem garantia real, as multas e, só por último, os acionistas da empresa, caso ainda haja recursos disponíveis.
Os dados apresentados pela Justiça, no entanto, sugerem que a Oi pode não ter recursos suficientes para quitar todos esses débitos.
Por isso, especialistas admitem que os acionistas podem ficar com prejuízo, mas indicam que os investidores poderiam acionar a Justiça para recuperar parte dessas perdas caso fique comprovado que houve irregularidades ou má gestão na empresa.
Ações na mínima histórica
Vale lembrar que muitos desses investidores já podem ter sofrido perdas, já que as ações da Oi caíram durante o processo de recuperação judicial e venda de ativos.
Neste ano, as ações ordinárias da Oi caíram mais de 85% na B3, sendo negociadas a R$ 0,18, a mínima histórica, quando suas negociações foram suspensas pela bolsa brasileira na segunda-feira (10).
As ações preferenciais da Oi acumulam uma queda de 73% em 2025 e eram cotadas a R$ 2,43, também na mínima histórica, no último momento de negociação na B3.
A situação da Oi
Ao decretar a falência, a juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, explicou que a companhia possuía quase R$ 1,7 bilhão em dívidas ao final de outubro, enquanto apresentava uma receita mensal de aproximadamente R$ 200 milhões e um “patrimônio esvaziado, além de dificuldades na alienação de grande parte dele.
“O que se tem é uma empresa com patrimônio diminuído, incapaz de fazer frente aos débitos que lhe são dirigidos”, comentou a juíza.
Ela destacou que “há uma quantidade significativa de credores que merecem definição de suas situações”.
Por isso, acredita que “não há mínima viabilidade financeira no cumprimento das obrigações devidas pela Oi”. “A Oi é tecnicamente falida”, afirmou a magistrada.
Diante dessa avaliação, a juíza Simone Gastesi Chevrand decretou a falência da Oi na segunda-feira (10), mantendo o funcionamento provisório das atividades essenciais da empresa, para garantir a conectividade da população e dos órgãos atendidos pela Oi até a transição desses serviços a outras empresas. A juíza também manteve a recuperação judicial das subsidiárias da Oi, Serede e Tahto.






