Veja o que diz o mercado
O documento do Copom de novembro reforçou o tom cauteloso, mas incluiu elementos que sugerem maior confiança na política atual. A mensagem central repete as atas anteriores de Selic estável por mais tempo, considerada suficiente para conduzir a inflação à meta, com monitoramento constante do cenário, analisou o BTG Pactual.
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, também acredita que o Copom já demonstra segurança de que o nível atual da Selic é suficiente para conter a inflação, ao contrário do tom incerto da ata anterior. Por isso, o documento é visto como duro e não traz sinais de cortes de juros.
“O Copom agora tem muito maior convicção de que essa taxa corrente é suficiente para segurar a convergência da inflação à meta. Eles não estão mais tateando para ver se ela seria suficiente, que é o que estava na ata anterior. Então, eu acho que, de novo, é uma ata dura, não dá sinalização de corte de juros”, afirmou.
Para Camilo Cavalcanti Gestor de Portfolio da Oby Capital, o cenário evolui conforme o esperado pelo Banco Central e os riscos, embora ainda existentes, têm se manifestado de maneira menos intensa.
“Expectativas de inflação têm apresentado queda enquanto a atividade econômica mostra alguma desaceleração, mas a preocupação com o alto nível de emprego e renda (e seus efeitos na inflação futura) se mantém. Seguimos com a expectativa de que o BC pode iniciar um ciclo de corte de juros em março de 2026”, avaliou.
Já Sara Paixão, Analista de Macroeconomia da InvestSmart XP, relembra que o Copom já indicou que a manutenção do aquecimento no mercado de trabalho tende a gerar pressões inflacionárias, sobretudo em serviços.
“Além disso, fatores como a isenção de imposto de renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil, com descontos para quem recebe até R$ 7.350, e outras propostas anunciadas pelo Governo também aumentam a incerteza sobre a trajetória da inflação no curto e médio prazo”, pontuou.






