A Hapvida (HAPV3) sofre a maior queda da bolsa brasileira nesta quinta-feira (13), diante da decepção do mercado com os resultados do terceiro trimestre de 2025.
O papel caiu mais de 40% e, por isso, já é negociado abaixo dos R$ 19. Às 13h31, por exemplo, recuava 44,17% e era cotado a R$ 18,25.
Para se ter ideia, a cotação registrada no fechamento de quarta-feira (12) era de R$ 32,69.
O balanço do 3T25
A companhia teve um lucro líquido ajustado de R$ 337,7 milhões no período. O resultado cresceu 4,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, mas ficou abaixo do esperado pelo mercado e foi acompanhado por outros sinais considerados preocupantes pelos analistas.
A taxa de sinistralidade, por exemplo, subiu para 75,2%, devido a uma maior demanda pelos serviços da Hapvida. As despesas de vendas, gerais e administrativas também cresceram. Já o crescimento orgânico da empresa veio abaixo do esperado, com a adição de 12,6 mil beneficiários.
Com isso, a receita líquida até cresceu (+6%), chegando a R$ 7,8 bilhões. No entanto, o Ebitda ajustado caiu para R$ 746,4 milhões. O baque foi de 2,1% na base anual e chegou a 17,6% no trimestre. Por isso, a companhia queimou caixa e ainda viu sua dívida crescer no trimestre.
A avaliação do mercado
Para o BTG Pactual, os resultados da Hapvida vieram “piores do que o esperado, revelando uma série de problemas desafiadores”. Entre eles, a alta da sinistralidade e das despesas, o fluxo de caixa livre fraco, o crescimento lento e uma série de “eventos pontuais”, que “continuam a sinalizar tempos voláteis”.
“A Hapvida apresentou resultados muito fracos no terceiro trimestre, o que deve aumentar significativamente a percepção de risco do investimento”, afirmou o BTG Pactual, que não perdeu tempo e já reduziu “substancialmente” as suas projeções para a empresa.
O BTG Pactual já não vê mais espaço para que as margens da Hapvida cresçam em 2026, pois acredita que os desafios vistos no terceiro trimestre devem persistir por algum tempo. Por isso, agora projeta margens Ebitda essencialmente estáveis e ainda cortou em 20% a estimativa para o Ebitda da Hapvida em 2026.
Corte de recomendações
Citanto o “recente desempenho inferior das ações” da Hapvida, o BTG ainda reduziu o preço-alvo para o papel, de R$ 67 para R$ 50 em 2026.
O banco manteve uma recomendação de compra, mas ressaltou que precisa de “uma execução muito melhor para aumentar a confiança na história da empresa”.
Já o JP Morgan rebaixou a recomendação de overweight (equivalente à compra) para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39.
O banco explicou que a margem da Hapvida deve ter uma melhora “lenta” diante desses desafios e da maior concorrência com a Amil.




