
A operadora de planos de saúde reportou lucro líquido ajustado de R$ 338 milhões entre julho e setembro, avanço de 12,7% em relação ao mesmo período de 2024. Embora o número seja positivo, veio acompanhado de queda de 17,6% no Ebitda ajustado, que totalizou R$ 746 milhões, além de um aumento na sinistralidade, que alcançou 75,2%.
Os resultados não atenderam às expectativas do mercado. O consenso da LSEG projetava um lucro de R$ 248 milhões e um Ebitda de R$ 842 milhões. A reação negativa se intensificou após análises de bancos de investimento indicarem deterioração operacional e redução nas margens futuras.
Por que os resultados da Hapvida (HAPV3) foram tão decepcionantes?
Segundo o BTG Pactual, o terceiro trimestre da Hapvida foi “muito fraco” e revelou “uma combinação de fatores desafiadores”.
O banco observou que o Ebitda ajustado alcançou o menor nível em três anos. Em relatório, o BTG destacou que 25% da queda no Ebitda foi devido ao índice elevado de sinistralidade, além do aumento das despesas comerciais e custos administrativos adicionais.
Além disso, o BTG apontou para um conjunto de efeitos não recorrentes que mascararam parcialmente os resultados. Ajustando esses itens, o banco estimou que o Ebitda teria sido de R$ 613 milhões, cerca de 25% abaixo da projeção inicial. “Esses números devem impactar fortemente as expectativas de consenso para os próximos trimestres”, afirmou a equipe de análise.
Outra instituição que apontou um cenário mais desafiador para a Hapvida foi o JPMorgan. O banco reduziu a recomendação das ações HAPV3 de compra para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39 por ação. “A perda no resultado final foi impulsionada pela operação, refletindo uma combinação de adições líquidas limitadas, tíquete menor do que o esperado e sinistros per capita acima do projetado”, relataram os analistas liderados por Joseph Giordano.
O JPMorgan também destacou que o lucro por ação ajustado caiu 38% na comparação anual, para R$ 0,22, valor 31% abaixo da estimativa do banco. Para os analistas, algumas das pressões observadas nos resultados da Hapvida devem persistir em 2026, especialmente em meio à concorrência mais agressiva no setor de saúde suplementar.
O BTG também revisou suas projeções para os papéis da Hapvida (HAPV3). O banco cortou suas estimativas de Ebitda para o próximo ano em 20%, ressaltando que “é difícil esperar margens muito acima dos níveis atuais, já que parte dos desafios apresentados no 3T deve continuar”. Apesar de manter a recomendação de compra, o BTG reduziu o preço-alvo de R$ 67 para R$ 50 por ação.




