A Hapvida (HAPV3) aprovou um novo programa de recompra de ações, após registrar mínimas históricas na B3 na quinta-feira (13).
As ações caíram mais de 40%, refletindo a decepção do mercado com os resultados do terceiro trimestre e a perspectiva de uma recuperação fraca da empresa.
No fechamento, os papéis recuaram para R$ 18,89, tendo chegado a tocar R$ 16,84 durante o pregão. Na véspera, a cotação havia sido de R$ 32,69.
Com isso, a Hapvida decidiu mais do que triplicar seu programa de recompra de ações.
A companhia havia aprovado a recompra de até 20 milhões de ações em outubro, mas cancelou esse programa e criou um novo, que permite a recompra de até 70 milhões de ações nos próximos 18 meses (até 13 de maio de 2027).
A recompra será viabilizada com recursos disponíveis nas reservas de capital e de retenção de lucros da empresa.
De acordo com a administração, a recompra “não prejudicará o cumprimento de obrigações assumidas com credores, nem o pagamento de dividendos obrigatórios”.
O balanço do 3T25
A Hapvida teve um lucro líquido ajustado de R$ 337,7 milhões no terceiro trimestre de 2025. O resultado cresceu 4,1% em relação ao mesmo período de 2024, mas ficou abaixo do esperado pelo mercado e apresentou sinais considerados preocupantes pelos analistas.
A taxa de sinistralidade subiu para 75,2%, devido à maior demanda pelos serviços da Hapvida. As despesas de vendas, gerais e administrativas também cresceram. O crescimento orgânico da empresa veio abaixo do esperado, com a adição de 12,6 mil beneficiários.
Embora a receita líquida tenha aumentado 6%, atingindo R$ 7,8 bilhões, o Ebitda ajustado recuou para R$ 746,4 milhões, com uma queda de 2,1% na base anual e de 17,6% no trimestre. Isso resultou em queima de caixa e aumento da dívida.
Conforme a avaliação dos analistas, os resultados foram piores do que o esperado, mostrando desafios que devem pressionar a empresa no próximo ano, possivelmente levando a uma recuperação lenta.
Diante dessa situação, o JP Morgan rebaixou a recomendação para as ações da Hapvida de compra para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39. O BTG também diminuiu o preço-alvo, de R$ 67 para R$ 50 em 2026.






