O mercado financeiro reduziu as expectativas de inflação, admitindo a possibilidade de que a taxa fique dentro da meta em 2025.
De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC), a expectativa de inflação para 2025 foi reduzida de 4,55% para 4,46%.
É a primeira vez desde dezembro do ano passado que a projeção fica dentro da meta de 3% estabelecida pelo BC, que possui um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Se a projeção se confirmar, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, não terá que redigir mais uma carta explicando o descumprimento da meta de inflação.
Galípolo já apresentou essa explicação duas vezes, em janeiro e junho deste ano, em razão do excedente da meta de inflação em 2024 e nos seis primeiros meses de 2025.
Na última carta, Galípolo afirmou que a força da atividade econômica, a variação cambial e expectativas de inflação desancoradas eram responsáveis pelo não cumprimento da meta, prevendo que a taxa voltaria ao patamar desejado no primeiro trimestre de 2026.
Entretanto, nos últimos meses, a inflação desacelerou, influenciada pela alta dos juros, a desvalorização do dólar e a redução nos preços dos alimentos.
Em outubro, por exemplo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou um aumento de apenas 0,09%, a menor taxa para o mês em 27 anos, favorecida também pela redução na conta de luz.
Diante desse cenário, aumentou a percepção de que a inflação pode retornar à meta antes do esperado, o que poderia apoiar um corte na taxa básica de juros, a Selic.
O Boletim Focus indica que o mercado acredita que a Selic terminará o ano atual em 15%, mas poderá cair para 12,25% em 2026.
Ainda há dúvidas sobre quando terá início o ciclo de cortes na taxa de juros, com analistas dividindo suas apostas entre janeiro e março de 2026.
As outras projeções do Focus
Além de reduzir a projeção de inflação, o mercado financeiro passou a prever um dólar mais fraco no final de 2025. Segundo o Boletim Focus, a projeção para o câmbio este ano caiu de R$ 5,41 para R$ 5,40.
As demais projeções, no entanto, permaneceram inalteradas. Assim, a expectativa é que a inflação continue a desacelerar e que os juros comecem a cair, mas que o dólar retorne a subir e que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) perca força em 2026, especialmente em meio às eleições.
Veja as projeções do mercado para a economia brasileira, segundo o Focus:
Inflação:
- 2025: 4,46%;
- 2026: 4,20%;
- 2027: 3,80%;
- 2028: 3,50%.
Selic:
- 2025: 15,00%;
- 2026: 12,25%;
- 2027: 10,50%;
- 2028: 10,00%.
Dólar:
- 2025: R$ 5,40;
- 2026: R$ 5,50;
- 2027: R$ 5,50;
- 2028: R$ 5,50.
PIB:
- 2025: 2,16%;
- 2026: 1,78%;
- 2027: 1,88%;
- 2028: 2,00%.






