No exterior, as bolsas de Nova York recuaram entre 1% e 1,3%, pressionadas pela perspectiva de juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos. O salto do índice Empire State, para 18,7, muito acima da projeção de 3, reforçou a leitura de atividade ainda aquecida e fortaleceu o dólar global. “O movimento ganhou tração com indicadores acima do esperado e o tom mais duro de dirigentes do Fed, o que sustenta a cautela”, afirma Bruno Shahini, especialista da Nomad.
O setor financeiro acabou ditando o ritmo negativo da B3, com quedas entre 0,64% (Itaú) e 1,18% (Bradesco). Entre as blue chips, Vale (-0,46%) e Petrobras (ON +0,26%, PN +0,55%) ajudaram a segurar o índice durante boa parte da sessão.
Para Felipe Cima, analista da Manchester Investimentos, os resultados recentes de ambas seguem oferecendo suporte: “A Vale surpreendeu positivamente em custo caixa e Ebitda, com possibilidade de dividendos extraordinários. A Petrobras entregou recorde de produção e dividendo acima do esperado.”
No lado corporativo, Rumo liderou as quedas, com baixa de 9,08%, após divulgar lucro 39,2% menor no trimestre. Também recuaram Vamos (-6,67%) e Magazine Luiza (-4,80%). Do lado positivo, destacaram-se MBRF (+4,92%), CVC (+3,31%) e Assaí (+2,63%).
Na agenda doméstica, o IBC-Br veio em linha com as projeções e reforçou a perda de ritmo da atividade, enquanto o Boletim Focus reduziu novamente a expectativa para o IPCA de 2024, de 4,55% para 4,46%. Lá fora, o fim do shutdown nos EUA deve liberar nesta semana a divulgação dos dados atrasados, incluindo o payroll de setembro — que sairá na quinta, quando a B3 estará fechada pelo feriado da Consciência Negra.
Apesar da queda de hoje, o Ibovespa ainda acumula alta de 4,98% em novembro e 30,52% no ano.
