O fundo de infraestrutura (FI-Infra) NUIF11, que atua sob gestão da Nu Asset, empresa ligada ao Nubank (ROXO34), pagou R$ 1,10 por cota em proventos na última sexta-feira (14). O montante equivale a um dividend yield anualizado de 15,2% com base na cotação do fim de outubro, desempenho alinhado a 109% do CDI com gross-up.
Em 12 meses, o veículo distribuiu R$ 13,40 em rendimentos, somando 136% do CDI ajustado, reforçando a atratividade do produto para investidores de renda.
A distribuição ocorre após um outubro de elevada volatilidade no crédito, impactado pela reta final de análise da Medida Provisória 1.303, que poderia alterar a tributação das debêntures incentivadas. Com a perda de validade da MP, o NUIF11 preservou a isenção de imposto de renda em ganhos de capital e distribuições a pessoas físicas, pilar central da tese do FI-Infra.
No curto prazo, o cenário regulatório gerou alargamento de spreads em até 50 pontos-base, revertendo meses de compressão puxada pela demanda antecipada. No fundo, a correção se materializou via componente de spread e trading, que reduziu a carteira em -1,6% no mês, resultando em performance de -0,8%, enquanto o IMA-B avançou 1,0%. No acumulado do ano, o NUIF11 entrega retorno patrimonial de 13,9%, equivalente a IMA-B + 3,1%, mesmo com o choque recente.
FI-Infra do Nubank (ROXO34): entenda a composição
Diante da volatilidade, a administradora optou por não realizar novas alocações em outubro e manteve 10% do patrimônio em liquidez para capturar oportunidades em momentos de preço mais favorável. Esse gerenciamento tático visa preservar valor e ajustar risco.
Restrições legais também moldaram decisões recentes. As regras de alocação mínima da Lei 12.431 limitaram desinvestimentos no segmento de infraestrutura, mantendo a exposição do portfólio. Ainda assim, a Nu Asset segue monitorando emissões e secundário para retomar compras quando os prêmios permanecerem atrativos, alinhada à política de crédito e governança.
O FI-Infra NUIF11 tem foco em títulos de crédito privado incentivados atrelados a projetos de infraestrutura, estruturado como condomínio fechado negociado na B3. Lançado em abril de 2022 com seed money, o fundo consolidou histórico antes de abrir novas captações. Em abril de 2024, concluiu a segunda emissão, levantando R$ 59,3 milhões em 579,4 mil cotas, elevando o PL de R$ 63,1 milhões para R$ 120,5 milhões.
O preço de subscrição veio com desconto ao valor patrimonial para compensar custos, gerando ajuste de -7,4% pela diluição do seed; a Nu Asset, ligada ao Nubank (ROXO34), afirma que não pretende repetir a estratégia.
