Apesar da expansão no resultado líquido, a margem operacional recuou para 9,8%, o menor nível desde o quarto trimestre de 2023.
O recuo está ligado, principalmente, à estratégia de ampliação do frete grátis no Brasil, seu principal mercado, além da desaceleração das operações na Argentina.
A receita líquida cresceu 39% no ano, atingindo US$ 7,4 bilhões — acima dos US$ 7,2 bilhões projetados por analistas. As vendas na plataforma, medidas pelo valor bruto de mercadorias (GMV), aumentaram 35% em moeda constante.
“Apostamos em iniciativas de crescimento no Brasil e já vemos retorno desses investimentos”, afirmou Martin de los Santos, diretor financeiro da companhia, em entrevista à Reuters.
No Brasil, a redução no valor mínimo de compras para acesso ao frete grátis gerou aumento de 34% no GMV e proporcionou o maior crescimento no número de compradores únicos desde o início de 2021. A estratégia, contudo, trouxe pressão sobre as margens.
Na Argentina, a retração do consumo e os efeitos da desvalorização cambial afetaram o desempenho no período. Segundo De los Santos, a instabilidade econômica local impactou a demanda e também aumentou a carga tributária, afetando o lucro líquido consolidado.
O Ebit da companhia subiu 30% na comparação anual, para US$ 724 milhões, mas também ficou aquém das projeções, que indicavam US$ 752 milhões.
Já no braço financeiro Mercado Pago, a carteira de crédito atingiu US$ 11 bilhões, avanço de 83% na base anual. A inadimplência entre 15 e 90 dias caiu de 7,8% para 6,8%. O volume total de pagamentos nas operações de adquirência cresceu 32%, somando US$ 47,7 bilhões.
Apesar das pressões de curto prazo, a administração reforça que seguirá priorizando o crescimento estratégico, mesmo com impacto temporário na rentabilidade.






