Ficou barato?
O aumento de acionistas da BB Seguridade acontece em um momento em que as ações da companhia não têm apresentado desempenho excepcional na bolsa.
O papel praticamente não variou em setembro, fechando com leve alta de 1,3%. No acumulado do ano, registra queda de quase 12%.
Após alcançar a máxima de R$ 42,77 no final de abril, a ação recuou mais de 33%, sendo cotada a R$ 32,01 no fechamento dessa quarta-feira (15).
Contudo, a explicação para o aumento no número de investidores pode estar nesta baixa.
Em setembro, o Morgan Stanley elevou a recomendação da BB Seguridade de underweight para equalweight, considerando que a ação está barata.
O preço-alvo do banco é de R$ 35, o que indica um potencial de alta de apenas 7% em relação ao fechamento dessa quarta-feira (15).
Dividendos
A Ativa Investimentos reduziu o preço-alvo para as ações da BB Seguridade, de R$ 42,10 para R$ 39,00 no início de outubro.
Ainda assim, acredita que a seguradora continuará a pagar dividendos generosos aos seus acionistas, explicando o interesse de tantos investidores.
A BB Seguridade tem distribuído 90% do seu lucro líquido aos acionistas nos últimos anos, posicionando-se entre as ações com maior Dividend Yield da B3, com retorno de 12,99% no momento.
A expectativa da Ativa é que esse payout se mantenha nos próximos anos, prevendo dividendos de R$ 3,66 por ação em 2025 e R$ 4,08 em 2026, com um Dividend Yield superior a 10% segundo seus cálculos.
Lucro
As projeções para os resultados da BB Seguridade não são animadoras.
A seguradora revisou para baixo o guidance deste ano, devido à expectativa de crescimento menor dos prêmios de seguros e reservas de previdência.
A expectativa agora é de uma ampliação do resultado operacional de 1% a 4% em 2025, contra uma previsão anterior de alta de 3% a 8%.
O Morgan Stanley ajustou a estimativa de lucro por ação para refletir um cenário em que os resultados da seguradora caem 1% em 2026 e crescem 6% em 2027.
Analistas apontam que a companhia enfrenta riscos como oscilações nos preços das commodities e a situação desafiadora do agronegócio, que já impactou os resultados do Banco do Brasil, controlador da seguradora.
Outro ponto de atenção são os juros, pois o mercado prevê redução da taxa Selic em 2026, o que poderá afetar os resultados financeiros da seguradora a partir do próximo ano.
Entretanto, deve-se lembrar que os juros devem permanecer em 15% até pelo menos o final deste ano, o que pode resultar em resultados positivos para a companhia em 2025.
No segundo trimestre, o lucro líquido da BB Seguridade superou as estimativas de mercado, alcançando R$ 2,2 bilhões, impulsionado por resultados financeiros favoráveis e melhora na sinistralidade.
O resultado do terceiro trimestre de 2025 será divulgado no próximo dia 3 de novembro.






