
A Braskem (BRKM5) encerrou o terceiro trimestre de 2025 em um cenário global ainda volátil e de margens pressionadas no setor petroquímico. O relatório operacional divulgado nesta quinta-feira (30) mostra queda nas taxas de utilização das plantas e retração nas vendas em alguns mercados, reflexo de paradas programadas e da demanda enfraquecida.
Segundo a companhia, “os spreads químicos e petroquímicos no mercado internacional continuam sendo pressionados, com reflexo nos resultados de todas as regiões”. O trimestre foi marcado pela parada geral de manutenção na central petroquímica da Braskem Idesa, no México, e pela interrupção temporária de operações no Rio de Janeiro.
Brasil e exterior têm queda nas vendas e margens comprimidas
No segmento Brasil/América do Sul, a taxa média de utilização das centrais caiu para 65%, nove pontos percentuais abaixo do trimestre anterior. O volume de vendas de resinas recuou 5% frente ao 2T25 e 9% em relação a 2024, impactado pelo aumento das importações e pela menor demanda doméstica. Nos Estados Unidos e na Europa, a taxa de utilização subiu para 79%, mas o volume de vendas recuou 2%, acompanhando a menor atividade industrial.
O México seguiu como o ponto mais sensível: a taxa de utilização ficou em 47%, ainda distante dos 74% registrados um ano antes, devido à parada de manutenção e à menor oferta de etano pela Pemex. As vendas caíram 30% na comparação anual, enquanto o início do fornecimento de etano pelo novo terminal de Puerto México deve reduzir a dependência da solução provisória Fast Track.
Em análise, o BTG Pactual projetou EBITDA ajustado de US$ 148 milhões e prejuízo líquido de US$ 89 milhões no trimestre, destacando que “os desafios no México, combinados com spreads deprimidos e vendas mais fracas, reforçam a dificuldade da companhia em estabilizar a geração de caixa e proteger o valor do patrimônio da Braskem”. O banco mantém recomendação neutra para BRKM5, com preço-alvo de R$ 11,00.






