A agência de fiscalização de risco ligada ao G20 divulgou uma carta alertando que o mercado financeiro global pode estar em risco de colapso. O órgão menciona diversos fatores que podem levar a essa situação, embora destaque que é uma previsão isolada.
O documento foi enviado aos países do G20, que representam as 20 maiores economias do mundo. Andrew Bailey, presidente do Conselho de Estabilidade Financeira, observou a recente alta nos preços das ações globalmente, que ele considera desconectada da realidade econômica. Ele expressou preocupação com a confiança excessiva no mercado em um momento de tensões e desequilíbrios nas perspectivas econômicas.
“Embora a maioria das jurisdições tenha visto uma recuperação nos mercados financeiros nos últimos meses, as avaliações agora podem estar em desacordo com as perspectivas econômicas e geopolíticas incertas, deixando os mercados suscetíveis a ajustes desordenados”, afirma a carta.
A carta do G20 foi publicada na semana passada, antes de Donald Trump anunciar uma nova rodada de tarifas, focando especificamente na China e mencionando a possibilidade de elevar as taxas de importação em até 100%.
O documento não aborda a intensificação da guerra comercial entre as duas maiores economias, o que poderia aumentar ainda mais a possibilidade de colapso. “A necessidade de padrões globais e cooperação, portanto, permanece absolutamente clara”, ressalta a carta.
O executivo também destaca que a dívida soberana dos países ultrapassa os US$ 300 trilhões, o que equivale a quase três vezes o total do PIB mundial.
Os países do G20 se reunirão no próximo mês na África do Sul para mais uma cúpula. Este será o primeiro encontro realizado no continente africano, programado para os dias 23 a 25 de novembro, de acordo com o cronograma dos organizadores.
Colapso não vem de agora
Não é a primeira vez que um órgão dessa magnitude prevê um colapso no mercado financeiro global. Durante a pandemia, por exemplo, o FMI (Fundo Monetário Internacional) solicitou que os países do G20 aliviassem a dívida de outras nações para evitar um problema ainda mais grave.
“É possível que vejamos um colapso econômico em alguns países, a menos que os credores do G20 decidam acelerar uma reestruturação da dívida e suspendam seu serviço enquanto negociam esse novo formato”, afirmou a diretora do FMI, Kristalina Georgieva, em um blog. Ela também destacou a importância da participação das instituições financeiras nesse processo.






