
O principal índice da B3 acumula alta superior a 30% em 2025, impulsionado pela inflação controlada, juros elevados atraindo fluxo estrangeiro e uma melhora no ambiente global de apetite ao risco.
Inflação mais baixa reacende apostas em queda da Selic
O movimento positivo da Bolsa foi impulsionado pelos dados do IPCA de outubro, que registrou alta de apenas 0,09%, abaixo da expectativa de 0,16%. O resultado reforçou a percepção de que a trajetória de desinflação permanece firme e abriu espaço para apostas de corte da Selic já em janeiro.
Na ata da última reunião, o Copom reconheceu o impacto limitado da recente mudança no Imposto de Renda sobre as projeções de inflação e demonstrou confiança de que manter a taxa básica em 15% por um período prolongado é suficiente para garantir o controle de preços.
Segundo a equipe econômica do Itaú BBA, “o texto indica confiança de que a estratégia atual está funcionando”.
No mercado de juros futuros, as taxas recuaram em toda a curva, refletindo a leitura de um cenário mais ameno para a política monetária. Setores sensíveis ao custo de crédito, como varejo e construção civil, reagiram com força — entre as maiores altas do dia estiveram CVC, Magazine Luiza, MRV e Cyrela.
Ambiente externo reforça o rali do Ibovespa
No exterior, os sinais de alívio vieram com a aprovação, pelo Senado dos Estados Unidos, de um acordo para encerrar o shutdown que já durava 41 dias, o mais longo da história norte-americana. A expectativa é de que a Câmara vote o texto nesta quarta-feira (12), abrindo caminho para a sanção do presidente Donald Trump.
A perspectiva de reabertura do governo, somada à aposta de cortes nos juros americanos, estimulou o apetite global por risco e fortaleceu as bolsas de Nova York e da Europa. O movimento pressionou o dólar, que caiu abaixo de R$ 5,30 no mercado doméstico, acompanhando o recuo da moeda frente a outras divisas.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, afirma que a combinação de fatores internos e externos explica a força da bolsa brasileira neste momento. “O avanço nas negociações para encerrar o shutdown e a inflação controlada reforçam o otimismo dos mercados. O cenário de juros elevados e inflação sob controle continua atraindo fluxo estrangeiro para renda fixa e bolsa”, disse.






