
Receita e GMV aceleram no Brasil e México
A receita líquida atingiu US$ 7,4 bilhões, com crescimento de 39,5% em relação ao ano anterior e 9,1% em comparação ao trimestre anterior, superando em 1,3% as expectativas da XP. O GMV total cresceu 35% em moeda constante, com forte crescimento nas três principais regiões: Brasil (+34%), México (+34%) e Argentina (+44%), apesar da desaceleração na Argentina devido a dificuldades macroeconômicas.
No Brasil, a empresa reduziu o limite para frete grátis em junho, resultando em um aumento de 42% nos itens vendidos na comparação anual (ante 26% no 2T25), mesmo com ticket médio menor. No México, o crescimento foi sustentado pelo aumento na penetração e pela força do canal de 1P/CBT. O take rate consolidado manteve-se estável em 25,2%, com receitas de taxas, anúncios e programa MELI+ compensando a queda nas receitas de frete.
Margens pressionadas, mas ainda sólidas
A margem bruta caiu 2,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior, refletindo o impacto do frete grátis e a diminuição da receita logística, enquanto a margem EBIT teve uma queda de 0,7 p.p., atingindo 9,8%, praticamente conforme esperado pela XP.
Os resultados destacam a resiliência operacional do Mercado Livre em meio à crescente concorrência, especialmente no Brasil, onde a empresa continua focada na expansão e fidelização de usuários, segundo avaliação de analistas da XP.
De acordo com o relatório, a margem de contribuição no Brasil caiu 5,5 p.p. ano a ano, enquanto a da Argentina teve uma redução de 4,5 p.p. O México foi o único mercado a apresentar crescimento de margem (+1,7 p.p.), beneficiado por melhorias na eficiência logística e aumento da escala.
Fintech e crédito sustentam crescimento
A unidade financeira também apresentou forte crescimento. A carteira de crédito cresceu 83% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 1,7 bilhão a mais, impulsionada pelos empréstimos com cartão de crédito. O Brasil alcançou um recorde em emissões, e o México também apresentou avanço.
O TPV total aumentou 54% em moeda constante, enquanto o NIMAL (spread líquido ajustado) apresentou uma leve compressão de 2 p.p., devido a custos de financiamento mais altos na Argentina. Excluindo essa região, a queda teria sido inferior a 1 p.p.
A inadimplência entre 15 e 90 dias manteve-se estável em 6,8%, e a acima de 90 dias caiu 0,9 p.p., mesmo com a expansão da carteira. No Brasil, metade da carteira de crédito já apresenta NIMAL positivo, refletindo uma maturação esperada.
Lucro líquido cresce 6% com efeito cambial na Argentina
O lucro líquido totalizou US$ 421 milhões, 4% abaixo da projeção da XP, mas 6% superior ao mesmo período do ano passado. O desempenho foi impactado por perdas cambiais de US$ 102 milhões, associadas à desvalorização do peso argentino, além de uma maior carga tributária.
Os analistas destacam que as vendas de anúncios cresceram 63%, representando 5% do total, com forte avanço em Display & Video. A participação do Mercado Pago segue aumentando, com crescimento no número de usuários recorrentes tanto no Brasil como no México.
No consolidado, o Mercado Livre encerra o trimestre evidenciando um equilíbrio entre expansão e rentabilidade, embora o foco no crescimento tenha impactado as margens no curto prazo, especialmente no Brasil, seu principal motor de resultados.






