Com a chegada do Pix, que completa cinco anos neste domingo (16), o sistema de pagamentos imediatos desenvolvido pelo Banco Central revolucionou a maneira como os brasileiros realizam pagamentos e transferências no país.
Segundo dados do Banco Central, 162 milhões de brasileiros utilizam o Pix no dia a dia, um número que ultrapassa significativamente a população economicamente ativa.
A adoção do Pix posiciona o sistema como o mais bem implantado do mundo, superando o sistema da Índia, que tem quase cinco vezes mais população que o Brasil, e que levou quase uma década para atingir o mesmo número de usuários de forma proporcional.
No ano passado, o Pix movimentou cerca de R$ 26 trilhões na economia brasileira, grande parte sem tarifas, especialmente em transações entre pessoas físicas.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, expressou satisfação com o crescimento e desenvolvimento do Pix, afirmando que é motivo de orgulho para a instituição e para a sociedade brasileira.
A chegada do Pix também reduziu os custos de transações financeiras, oferecendo uma alternativa mais econômica em comparação com cartões de crédito e transferências DOC/TED, que muitas vezes geravam tarifas.
Em cinco anos, o sistema evoluiu rapidamente, apresentando novas funcionalidades: inicialmente transferências por chave, seguidas por Cobrança, Saque e Troco, e agendamento recorrente.
Neste ano, o Banco Central está desenvolvendo novas ferramentas, como o Pix por aproximação, que utiliza tecnologia NFC, e o Pix automático, que facilitará o pagamento de assinaturas mensais com descontos automáticos.
Alguns bancos estão implementando melhorias, como o uso de inteligência artificial para otimizar o sistema, incluindo robôs para auxiliar na transferência de recursos ou comandos de voz para mensageiros como o WhatsApp.
Futuro é logo ali
Atualmente, o Pix é o método de pagamento mais utilizado no Brasil, com quase 20 bilhões de transações apenas no segundo trimestre de 2025, superando significativamente as transações com cartões, que registraram pouco mais de 12 bilhões no mesmo período.
Os números apoiam a continuidade do sistema na forma atual, mas o Banco Central planeja expandir ainda mais suas funcionalidades, como o Pix parcelado, que permitirá a divisão de contas em valores mensais, conforme acontece com cartões de crédito.
“Ele pode ser uma alternativa a linhas de crédito mais caras, mas também queremos garantir que funcione adequadamente”, disse o presidente do Banco Central.
Entretanto, o sistema enfrenta desafios, incluindo questões de segurança. Em julho, um ataque hacker desviou quase R$ 1 bilhão de contas de empresas operadoras do Pix.
O Banco Central implementou novas regras para aumentar a segurança, além de criar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para bloquear transferências suspeitas de fraudes.
“O botão do MED, já presente nos aplicativos, será a porta de entrada para solicitações. Contudo, é essencial que o usuário entenda que é uma ferramenta exclusiva para fraudes, e não para disputas comerciais”, afirma Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central.
