A companhia Grendene (GRND3) anunciou que vai antecipar o pagamento dos dividendos que seriam liberados no último dia do ano. O total de R$ 63,9 milhões será liberado no dia 10 de dezembro, em dois depósitos diferentes.
A empresa irá liberar R$ 60 milhões como Juros sobre Capital Próprio e outros R$ 3,9 milhões em dividendos, com o pagamento sendo realizado em duas parcelas: a primeira de R$ 0,066507 por ação ordinária e a segunda de R$ 0,004321.
A lista de acionistas com direito a receber os proventos será fechada no dia 21 de novembro. A partir do dia 24, as ações passarão a ser negociadas como data-ex, portanto, sem direito aos proventos.
Recompra de ações
A Grendene anunciou um programa de recompra de ações, com o objetivo de adquirir até 5 mil ações em circulação no mercado, o que representa cerca de 2% do capital social da companhia.
O programa foi aberto nesta sexta-feira e seguirá até o dia 5 de novembro, data em que a empresa prevê ter adquirido todas as ações. As compras serão realizadas a preço de mercado e no balcão da B3 no dia de cada operação, conforme informado no comunicado oficial.
“A companhia não estima impactos em sua estrutura administrativa nem na composição de seu controle acionário em razão da aquisição/recompra de ações de sua emissão, pois possui bloco de controle definido”, informa o documento.
“Atualmente, a companhia tem recursos disponíveis de R$ 12.546.923,91 (doze milhões, quinhentos e quarenta e seis mil, novecentos e vinte e três reais e noventa e um centavos) em sua conta de reserva para aquisição de ações (reserva de lucros)”.
Balanço fraco
Os dois anúncios coincidiram com o balanço do terceiro trimestre da companhia, que apresentou números fracos. A Grendene teve um lucro líquido de aproximadamente R$ 138,5 milhões, uma queda de 38% em relação ao ano anterior.
Apesar do resultado negativo, a receita líquida aumentou 1,4% em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 760 milhões no 3T25, impulsionada pela marca Melissa, que tem um ticket médio superior às demais categorias do grupo.
“Atualmente, 80% de nossos produtos são destinados à população de baixa renda, que enfrenta níveis recordes de endividamento, enquanto a inflação dos alimentos continua alta”, afirmou Alceu Albuquerque, diretor financeiro da Grendene. “A competição ficou mais acirrada, com concorrentes locais liquidando preços e um crescimento de 30% nas importações”, completou.
Esses resultados levaram a uma queda nas ações da empresa durante o pregão da bolsa brasileira nesta sexta-feira. Por volta das 13h, os papéis apresentavam uma desvalorização de 7%, ficando abaixo de R$ 5, de acordo com dados da B3.






