A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), desacelerou para 0,18% neste mês de outubro.
O indicador havia subido 0,48% em setembro devido aos preços da energia elétrica, mas perdeu força em outubro, após a bandeira tarifária da conta de luz ceder do patamar vermelho nível 2 para o vermelho nível 1.
O resultado do IPCA-15 de outubro ficou abaixo do esperado pelo mercado, que previa uma alta de 0,24% do indicador, segundo projeções coletadas pelo “Broadcast”.
Ainda assim, permanece acima da meta fixada pelo Banco Central, que é de 3% em 12 meses, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA-15 acumulou uma alta de 3,94% em 2025 e 4,94% nos últimos 12 meses.
Impacto nos juros
Nesta semana, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a inflação está em um processo de “redução e retorno para a meta”.
Galípolo também reconheceu que o BC ainda está preocupado com o fato de que a inflação e as expectativas de inflação estão acima da meta.
Ele indicou que os juros devem permanecer em um “patamar elevado e restritivo por um período prolongado”, para assegurar o retorno da inflação à meta.
Diante disso, o mercado espera que a taxa Selic se mantenha em 15% até o final do ano, começando a cair apenas em 2026.
O que pesou no IPCA-15?
Com o alívio na conta de luz, o IPCA-15 foi impulsionado pelos combustíveis em outubro.
Segundo o IBGE, os combustíveis subiram 1,16%, devido à alta de preços do etanol (3,09%), da gasolina (0,99%) e do óleo diesel (0,01%).
As passagens aéreas (4,39%), o ônibus urbano (0,32%) e o metrô (0,03%) também contribuíram para o avanço da inflação no setor de transportes.
Outro grupo de destaque foi o das despesas pessoais, que subiu 0,42%, influenciado pelos preços de cinema, teatro e concertos (2,05%) e pacotes turísticos (1,97%).
Por outro lado, a inflação de alimentos e bebidas recuou pelo quinto mês consecutivo, puxada pela queda de 0,10% nos preços da alimentação no domicílio.
Contribuíram para esse resultado a redução dos preços da cebola (-7,65%), do ovo de galinha (-3,01%), do arroz (-1,37%) e do leite longa vida (-1,00%). O óleo de soja (4,25%) e as frutas (2,07%), no entanto, subiram de preço.
Veja o desempenho dos grupos do IPCA-15 em outubro:
- Vestuário: 0,45%;
- Transportes: 0,41%;
- Despesas pessoais: 0,42%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,24%;
- Habitação: 0,16%;
- Educação: 0,09%;
- Alimentação e bebidas: -0,02%;
- Comunicação: -0,09%;
- Artigos de residência: -0,64%.






