A Vale (VALE3) informou, nesta segunda-feira (17), que uma de suas subsidiárias vai emitir títulos subordinados. As debêntures da Vale Overseas Limited terão como vencimento o ano de 2056 e serão garantidas pela controladora.
O comunicado divulgado pela companhia afirma que os recursos serão utilizados para finalidades corporativas em geral, incluindo a manutenção do caixa da empresa, que passou por queda recentemente.
O documento informa que a emissão visa também reabastecer parte do caixa após o pagamento do preço de aquisição das debêntures participativas da sua 6ª emissão, adquiridas no âmbito da oferta de aquisição facultativa.
A empresa não divulgou mais detalhes da oferta, como o valor total, a remuneração ou o público-alvo, mas informou que as debêntures não poderão ser resgatadas nos primeiros cinco anos após a emissão e terão grau de prioridade de pagamento inferior a todas as obrigações financeiras atuais e futuras da Vale Overseas e da Vale.
Após a divulgação, a agência de classificação de risco S&P Ratings analisou a emissão e atribuiu nota “BB+” aos ativos, enquanto a Fitch Ratings concedeu nota “BBB-”, conforme relatórios divulgados nas últimas horas.
As agências ressaltaram que os títulos são considerados híbridos, uma vez que metade do valor da operação será classificada como dívida patrimonial da Vale, enquanto o restante fará parte do capital próprio da emissora.
Debêntures para minerais
O mercado de emissão de dívidas tem crescido constantemente no Brasil, impulsionado pela chegada de novas opções para os investidores. Recentemente, o governo federal autorizou a emissão de debêntures incentivadas para financiamento do setor de minerais estratégicos.
De acordo com o Planalto, as empresas poderão utilizar essa ferramenta, isenta de Imposto de Renda, para captar recursos destinados a projetos que envolvam cobalto, cobre, lítio, níquel e elementos de terras raras. A expectativa é que uma cadeia de valor nacional seja criada, com foco nesse segmento.
“Estamos posicionando o Brasil na vanguarda global da transição energética. Não queremos ser apenas fornecedores de matéria-prima, mas protagonistas na cadeia de valor dos minerais essenciais para o futuro sustentável do planeta”, declarou Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia.
Até setembro deste ano, o mercado brasileiro viu as emissões de debêntures alcançarem a marca de R$ 114 bilhões. No mesmo período do ano passado, o total foi de R$ 96 bilhões, representando uma aceleração de quase 20%.






