A Selic está 4,5 pontos percentuais acima do patamar de um ano atrás, pressionando despesas financeiras. “Já vimos essa desaceleração no segundo trimestre, e o 3T25 deve confirmar essa tendência”, afirma o especialista.
Crescimento moderado, lucro em queda
A projeção do Santander Research para o 3T25 é de crescimento modesto, com destaque para a queda expressiva no lucro líquido:
- Receita: alta de 7% na comparação anual
- Ebitda: avanço de 3%
- Lucro líquido: queda de 16%
Quando se excluem empresas do setor de commodities — cujos resultados tendem a ser mais voláteis — os números melhoram:
- Receita: +10%
- Ebitda: +9%
- Lucro líquido: -8%
Segundo o banco, o PIB brasileiro deve ter crescido apenas 0,2% no terceiro trimestre, abaixo dos 0,4% do segundo, o que reforça o cenário de atividade mais lenta.
Temporada “coadjuvante”, fluxo manda
“Hoje, o que move o mercado é Fed, China e Copom. A temporada de balanços pode trazer movimentos pontuais, mas não deve mudar a direção do índice”, resume.
Para a estrategista Alice Correa, mesmo nos casos de ações que disparam após os resultados, o gatilho geralmente vem de mudanças no guidance ou no discurso das empresas. “Termos como margem, demanda e guidance aparecem com mais frequência nas calls de quem sobe 10%, 20%”, explica.
Ganham destaque positivo
Pontos de atenção
- Celulose: empresas do setor podem sofrer com queda de preços e câmbio desfavorável.
- Varejo alimentar: Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3) devem mostrar desaceleração nas vendas.
- Ambev (ABEV3): aparece como possível destaque negativo do setor de consumo.






