Um levantamento exclusivo do Ranking dos Políticos para o Estadão mostra que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é hoje o principal nome para liderar a direita nas eleições presidenciais de 2026.
O estudo ouviu 134 parlamentares — 107 deputados federais e 27 senadores — de diversos partidos entre os dias 21 e 31 de outubro, e aponta que Tarcísio é considerado o único capaz de unificar o campo conservador em um cenário sem Jair Bolsonaro (PL).
Apesar disso, a maioria dos congressistas acredita que a direita chegará dividida ao pleito, com candidaturas pulverizadas e sem um consenso claro.
Tarcísio lidera com folga no Congresso
Na Câmara dos Deputados, 48,6% dos entrevistados citaram Tarcísio como principal liderança da direita. Ele aparece à frente de:
No Senado, o governador paulista também lidera, com 44,5%, seguido por Eduardo e Michelle Bolsonaro, empatados com 14,8%. O índice de indecisos é elevado: 18,5%.
Na pergunta sobre quem tem mais capacidade de unificar a direita, Tarcísio aparece ainda mais forte:
Cenário ainda é de fragmentação
Apesar da liderança folgada de Tarcísio, 67,3% dos deputados e 63% dos senadores acreditam que a direita deve continuar fragmentada em 2026, com múltiplas candidaturas dividindo o eleitorado conservador.
Apenas 29,9% e 22,2%, respectivamente, acreditam em uma união possível por meio de alianças ou blocos partidários.
A ausência de um apoio público direto de Jair Bolsonaro a Tarcísio tem sido apontada como um dos fatores que favorecem a multiplicação de nomes no campo da direita.
Ratinho Júnior cresce; Zema e Caiado perdem espaço
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), apareceu com desempenho superior ao de Romeu Zema e Ronaldo Caiado, o que indica maior projeção nacional.
Segundo o diretor do Ranking dos Políticos, Luan Sperandio, Ratinho faz parte de uma nova geração de governadores que deve ganhar protagonismo nos próximos ciclos eleitorais — não necessariamente já em 2026.
Já Caiado, que flerta com uma candidatura, defende que a multiplicidade de nomes pode reduzir as chances de reeleição de Lula, desde que os concorrentes à direita mantenham o foco nos adversários em comum, e não entre si.
Liderança sem hegemonia
O levantamento confirma que Tarcísio de Freitas se consolidou como o herdeiro natural do eleitorado bolsonarista, mas ainda não conta com consenso total nem com a bênção explícita de seu padrinho político.
A falta de articulação centralizada, somada à existência de nomes com ambições próprias, como Michelle Bolsonaro, Ratinho Júnior e Caiado, deve manter o tabuleiro da direita disputado e instável até a definição das chapas.






