A possibilidade de que a Vale (VALE3) pague dividendos extraordinários ainda neste ano parece cada vez mais certa. Isso porque o CFO da Vale, Marcelo Bacci, admitiu a possibilidade em teleconferência com analistas na sexta-feira (31). A companhia reforçou o discurso em ofício enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta segunda-feira (3).
“É de se esperar que a Companhia aprove a distribuição de dividendos extraordinários no futuro próximo”, disse a Vale, no ofício.
A mineradora explicou que essa hipótese considera os resultados do terceiro trimestre de 2025 e os preços atuais do minério de ferro, assim como o seu histórico de dividendos.
Com produção forte e preços em recuperação, a Vale viu seu lucro crescer 11% e atingir US$ 2,7 bilhões no trimestre, superando as expectativas do mercado.
A administração diz que o pagamento de dividendos extraordinários neste cenário “estaria em linha com o histórico recente da Vale”.
“A Vale tem historicamente aprovado a distribuição de proventos nos últimos meses de cada ano, caso os resultados apurados durante tal ano permitam a sua distribuição. Por exemplo, nos exercícios de 2024, 2023 e 2022 sempre foi aprovada a distribuição de proventos nos meses de novembro, outubro e dezembro, respectivamente”, lembrou, no ofício à CVM.
Taxação de dividendos também ajuda
Para a Vale, também é “natural” pensar em proventos extraordinários diante do possível retorno da taxação dos dividendos. A taxação foi proposta pelo governo como uma forma de compensar o aumento da faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) e está em discussão no Senado Federal. Se aprovada, entrará em vigor em 2026 e também pode levar outras empresas a anteciparem dividendos, segundo o BTG.
A Vale lembrou, contudo, que ainda não há uma decisão formal sobre a eventual declaração de dividendos extraordinários, o montante a ser pago ou a data de pagamento.
“Eventual distribuição de dividendos extraordinários estaria sujeita às autorizações necessárias de acordo com a governança da Companhia”, ressaltou, no ofício à CVM.
As apostas do mercado
A sinalização de que a Vale deve pagar dividendos extraordinários “aumenta a perspectiva de retorno adicional para os acionistas” e deve “continuar sustentando as ações em patamar mais elevado”, segundo o BB Investimentos. As ações da Vale subiram mais de 13% em outubro e, com isso, voltaram a ser negociadas acima dos R$ 65.
Para o BTG Pactual, os dividendos extraordinários da Vale podem ser modestos no curto prazo, oferecendo um rendimento extra de 1% a 2% para os acionistas, mas devem ganhar força nos próximos trimestres/anos. O banco projeta, então, um DY (Dividend Yield) de 12% em 2026. Por isso, voltou a recomendar a compra das ações da Vale.
A XP, por outro lado, mantém uma postura neutra em relação ao papel. Em relatório, a casa reconheceu os “desenvolvimentos positivos nos lucros” e o “potencial para dividend yields saudáveis no curto prazo”, mas disse que mantém a cautela em relação aos preços do minério de ferro no médio prazo.
			
			


							


