O futebol é uma atividade repleta de histórias que envolvem emoções e memórias, podendo ser vividas e compartilhadas por amigos. O relato aqui se refere a uma situação específica, ocorrida no dia 4 de outubro de 1975, em Lima.
Embora eu não seja um especialista, compartilho experiências quando possível e gosto de contar histórias intrigantes.
Esse evento chegou até mim durante uma pesquisa sobre acontecimentos importantes no futebol há 50 anos, um fato que eu não conhecia antes, mas que achei interessante e que talvez você também aprecie.
A 30ª edição da Copa América estava em andamento, envolvendo dez seleções sul-americanas, na primeira de três edições sem uma sede única. A competição se estendia por alguns meses, com jogos de ida e volta entre os países participantes.
A Argentina, com 12 títulos, e o Uruguai, com 11, dominavam o torneio. O Brasil buscava o quarto troféu, já conquistado em 1919, 1922 e 1949, enquanto o Peru tentava vencer pela segunda vez, após ser campeão em 1939, como anfitrião.
Brasil e Peru, como campeões de seus grupos, se enfrentaram nas semifinais. Na partida de ida, realizada no Mineirão, os peruanos, liderados pelo jogador Teófilo Cubillas, venceram por 3 a 1.
No jogo de volta, em uma tarde de sábado na capital peruana, no estádio do Alianza, o Brasil foi escalado por Osvaldo Brandão com: Waldir Peres, Nelinho, Vantuir, Piazza e Getúlio; Vanderlei, Zé Carlos e Geraldo (Palhinha); Roberto Batata, Campos (Roberto Dinamite) e Romeu Cambalhota.
O Brasil venceu por 2 a 0, com um gol contra de Meléndez e outro de Campos, resultando em uma vitória para cada lado. Como não havia disputa por pênaltis para desempatar, foi realizado um sorteio, que ocorreu após a partida na sede da Federação Peruana de Futebol.
Uma garota de 14 anos, Verónica, filha de Teófilo Salinas, que chefiava a Conmebol na época, foi escolhida para retirar os papéis que continham “Brasil” e “Peru”.
O sorteio resultou na seleção do Peru, gerando suspeitas entre os jogadores brasileiros sobre a legitimidade do processo. Eles preferiam que a definição fosse feita em campo, como em um “cara ou coroa”.
Havia rumores de que Verónica havia escolhido uma bolinha com a letra P, e não um pedaço de papel – um sorteio com bolinhas pode ser manipulado com um objeto resfriado, instruindo-se a pessoa a escolher. Essa versão, no entanto, nunca foi confirmada.
Na final, o Peru derrotou a Colômbia.
Oito anos depois, em 1983, o Brasil também venceu um sorteio na Copa América, desta vez contra o Paraguai, após empates em Assunção e Uberlândia, mas na decisão, acabou perdendo para o Uruguai.
Essas histórias são lembradas por suas particularidades e por não serem mais parte da memória coletiva ou serem desconhecidas.
Minhas memórias relacionadas ao futebol também são marcantes, como a eliminação do Brasil pela Itália na Copa do Mundo de 1982, um evento que me marcou profundamente. E você, qual a sua memória?