O Bitcoin (BTC) está enfrentando um momento crítico em 2025, e analistas consideram a possibilidade de que a maior criptomoeda do mundo retorne à faixa de US$ 95 mil a US$ 100 mil.
O alerta foi gerado após dados da CryptoQuant indicarem que investidores de longo prazo e grandes “baleias” aumentaram suas vendas, reduzindo a liquidez e gerando um choque de oferta no mercado.
Nos últimos 30 dias, 241 mil BTC foram vendidos por holders de longo prazo (LTHs), que geralmente são os mais resistentes às oscilações de preço. Esse volume é um dos maiores saques registrados desde o início de 2025.
Simultaneamente, baleias exibiram vendas de cerca de 115 mil BTC adicionais, aumentando a pressão de baixa e aproximando o preço de níveis de suporte importantes.
Demanda institucional perde fôlego
Enquanto a oferta cresce, a demanda institucional apresenta sinais de fraqueza. Atualmente, empresas que mantêm Bitcoin somam cerca de 1 milhão de BTC, mas a taxa de compras caiu significativamente.
A Strategy (MSTR), a maior compradora corporativa, reduziu suas aquisições de 134 mil BTC em novembro de 2024 para apenas 3,7 mil BTC em agosto deste ano. Outras empresas somaram apenas 14,8 mil BTC no mesmo período, bem abaixo da média histórica.
Para o analista Charles Edwards, da Capriole Investments, o mercado corporativo começa a dar indícios de “exaustão” devido aos preços elevados e à permaneça volatilidade.
Análise técnica reforça pessimismo
O Bitcoin atingiu uma máxima histórica de US$ 124.500 em agosto, mas desde então já registrou uma queda de aproximadamente 14%, sendo cotado atualmente a US$ 111.500.
Esse movimento formou um padrão de bandeira de baixa nos gráficos diários, o que preocupa analistas técnicos.
Especialistas alertam que, se o nível de US$ 112 mil — alinhado à média móvel de 100 dias — não se sustentar, o preço pode cair para US$ 95,5 mil a curto prazo. Outros analistas mais cautelosos projetam até US$ 87 mil, caso ocorra uma correção de 30% em relação ao pico recente.
Impacto nas empresas e fundos de Bitcoin
Outro risco significativo surge do mercado acionário. O New York Digital Investment Group (NYDIG) nota que os prêmios de empresas que possuem BTC em tesouraria estão em declínio.
A Strategy é um caso emblemático, pois suas ações estão se aproximando do valor líquido dos ativos, refletindo uma perda de atratividade e preocupações com futuros desbloqueios.
Esse cenário cria um risco adicional de vendas no mercado secundário. Sem caixa suficiente para realizar recompra de ações — mecanismo que poderia ajudar a sustentar preços — algumas empresas podem aumentar a pressão sobre o Bitcoin no curto prazo.
Correção ou oportunidade?
Apesar do contexto negativo, analistas otimistas observam que a queda atual de 13% desde o pico é inferior a correções históricas do BTC, que já ultrapassaram 30%.
Para esses especialistas, o movimento pode ser apenas um ajuste saudável antes de uma nova onda de valorização.
Ainda assim, a combinação de vendas maciças de baleias, o enfraquecimento da demanda institucional e sinais técnicos de fragilidade mantêm o alerta aceso.
O mercado agora observa se o suporte psicológico de US$ 100 mil conseguirá sustentar o preço ou se uma nova queda abrirá espaço para correções mais profundas.