O fundo imobiliário RECR11 anunciou a distribuição de R$ 0,7422 por cota, o menor provento em 12 meses, com data de corte nesta terça-feira (7) e liquidação prevista para 14 de outubro de 2025. A referência considera os resultados operacionais de setembro, ainda pendentes de divulgação oficial ao mercado.
O movimento chama atenção por sinalizar uma leve compressão no fluxo de caixa distribuível do fundo no curto prazo, sem alterar, por ora, a política regular de dividendos do RECR11.
Com base no fechamento de setembro, quando as cotas terminaram o mês a R$ 80,73, o rendimento do RECR11 resultou em dividend yield mensal de 0,919%. Esse patamar mantém o fundo competitivo dentro do segmento de recebíveis, embora abaixo da média recente.
O histórico de distribuições aponta um acumulado de R$ 12,0767 por cota nos últimos 12 meses, com média de R$ 0,9059 por cota nos últimos 24 meses. Esses números ajudam a ponderar a leitura do menor provento atual, sugerindo normalização frente a meses de resultado acima da linha.
Para investidores pessoa física, os dividendos do RECR11 seguem isentos de Imposto de Renda, conforme a legislação vigente para fundos imobiliários, o que preserva a atratividade líquida do rendimento distribuído no período.
A carteira segue concentrada em Certificados de Recebíveis Imobiliários, que representavam 91% dos ativos no fim de agosto de 2025. Fundos imobiliários somavam 4%, imóveis diretos 3% e cotas de fundos 2%, em uma alocação coerente com a estratégia principal do veículo.
RECR11: distribuição, carteira e perspectivas
Recentemente, o fundo executou aquisições relevantes, como CRIs da Opea, Provincia, Habitsec, Habitasec e True, com taxas atreladas a CDI + 4,95% e a indexadores reais como IPCA + 7,5% a IPCA + 10%. Essas posições tendem a sustentar o carrego da carteira, com proteção parcial contra inflação.
Entre os indexadores de CRIs do RECR11, o IPCA responde por 60% da exposição, IPCA sem variação negativa por 26%, CDI por 10%, IGP-M por 3% e TR por 0,1%, reforçando o caráter predominantemente real da remuneração do portfólio.
No total, o patrimônio do fundo imobiliário RECR11 alcançou R$ 2,4 bilhões em agosto, com R$ 2,177 bilhões em CRIs, R$ 90,5 milhões em FIIs, R$ 78,2 milhões em imóveis e R$ 53,4 milhões em cotas de fundos. A combinação de indexadores e spreads sugere resiliência do resultado recorrente, ainda que ajustes pontuais, como o de setembro, possam ocorrer com variações de índices e dinâmica de pré-pagamentos.