Elon Musk pode abandonar a presidência da Tesla (TSLA34) caso os acionistas não aprovem seu novo pacote de remuneração, estimado em US$ 1 trilhão — o maior da história corporativa.
A proposta será votada em 6 de novembro e prevê que o bilionário receba 423,7 milhões de novas ações, o equivalente a 12% adicionais da companhia, elevando sua participação total para quase 29%.
Se aprovado e plenamente executado, o pacote pode transformar Musk no primeiro trilionário do mundo.
O plano, no entanto, está amarrado a metas altamente ambiciosas, incluindo levar o valor de mercado da Tesla a US$ 8,5 trilhões — mais de três vezes o valor atual da Apple (AAPL34).
Apesar disso, analistas apontam que Musk poderia embolsar entre US$ 20 bilhões e US$ 40 bilhões mesmo com desempenho inferior ao do mercado, segundo estimativas citadas pela Reuters.
Críticas ao pacote e embates com consultorias
Críticos da proposta observam que Musk já acumulou mais ganhos com remunerações do que todo o lucro líquido da Tesla desde sua fundação.
Eles também destacam que o novo plano poderia ser ativado mesmo sem retornos excepcionais para os acionistas.
Em resposta, o conselho de administração da Tesla defendeu o pacote como uma ferramenta essencial para garantir a permanência de Musk no comando e alinhar seus interesses aos da empresa em um momento estratégico, com foco em inteligência artificial, robótica e robotaxis.
Musk, por sua vez, atacou frontalmente as consultorias ISS e Glass Lewis, que recomendaram aos investidores que rejeitem a proposta. Ele as chamou de “terroristas corporativos” e disse que estão comprometendo o futuro da Tesla.
“O debate não é sobre dinheiro. É sobre controle. Preciso de influência suficiente para proteger a Tesla, mas não tanta a ponto de ser inquestionável”, afirmou.
Musk também declarou que não se sente confortável em desenvolver um “exército de robôs” e correr o risco de ser demitido por causa de recomendações de terceiros.
Tesla em jogo
Com 413 milhões de ações já em mãos, Musk argumenta que o aumento na sua participação é necessário para evitar interferências externas nos rumos da empresa — especialmente em setores de alto impacto como IA e veículos autônomos.
O conselho concorda, manter Musk no comando é “essencial para transformar a Tesla na empresa mais valiosa da história”, especialmente considerando seu envolvimento em outras iniciativas como a SpaceX, a xAI (sua empresa de inteligência artificial) e a plataforma X (ex-Twitter).
Com o futuro da Tesla e de seu CEO mais influente em jogo, a votação do dia 6 de novembro promete ser decisiva — não apenas para o destino da montadora, mas para o equilíbrio de poder nas big techs globais.






