Na manhã desta terça-feira (11), o Copom (Comitê de Política Monetária) divulgou a ata da última reunião, realizada na última quarta (5). Na ocasião, o colegiado manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano.
Segundo os diretores do Banco Central, a decisão de não alterar a Selic se fundamenta na crença de que manter o indicador elevado deve levar a inflação – medida pelo IPCA – para o centro da meta, que é de 3% ao ano, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, seguiram trajetória de declínio, mas permanecem acima da meta de inflação em todos os horizontes. A queda das expectativas é mais pronunciada nos horizontes mais curtos, mas houve um movimento mais nítido em horizontes além do relevante. O Comitê avalia que a perseverança e a serenidade na condução da política monetária favorecerão a continuidade desse movimento, importante para a convergência da inflação à meta com menor custo.
O Banco Central também destacou que não há expectativa de diminuição da taxa no curto prazo, mesmo com o cenário econômico se desenhando de forma favorável. A autarquia não descartou a possibilidade de subir a taxa, caso os resultados não sejam os esperados neste momento.
Na medida em que o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê opta por manter a taxa inalterada por um período prolongado, já com maior convicção de que a taxa corrente é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. No entanto, o Comitê seguirá vigilante e não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado, reafirmando seu compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta.
Para essa decisão, o Copom considerou os dados oficiais mais recentes, que indicavam uma inflação de 4,6% no final de 2025. O IBGE também publicou o movimento da inflação em outubro, que teve a maior baixa dos últimos 27 anos, mas manteve o acumulado dos últimos 12 meses em 4,68%.
O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a. e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica a suavização das flutuações do nível de atividade econômica e o fomento do pleno emprego.
Já para os próximos dois anos, as perspectivas são mais otimistas, com inflação de 3,6% em 2026 e 3,3% em 2027, conforme dados oficiais. Por isso, o Copom conclui que deve seguir mantendo um trabalho de restrição monetária para cumprir as projeções dos próximos anos.
O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manter o nível corrente da taxa de juros por um período prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados, não hesitando em retomar o ciclo de ajuste se considerar apropriado.






