
Nvidia, feriado e aversão ao risco seguram o Ibovespa
A sessão foi marcada por um movimento de espera. Gabriel Mollo, analista da Daycoval Corretora, afirmou que o mercado estava em compasso de espera, sem que os investidores tomassem posição, citando a divulgação do balanço da Nvidia nesta quarta-feira e o feriado da Consciência Negra, que manterá a B3 fechada na quinta.
Lá fora, o humor também pesou. O Dow Jones caiu 1,07%, o S&P 500 recuou 0,83% e o Nasdaq cedeu 1,21%, refletindo a crescente preocupação com as avaliações elevadas das gigantes de tecnologia. Segundo a pesquisa Global FMS do Bank of America, 45% dos gestores enxergam uma “bolha de IA” como principal risco, avanço frente aos 33% de outubro.
No Brasil, o impacto foi direto. Bruno Perri, economista-chefe e sócio-fundador da Forum Investimentos, avaliou que a bolsa brasileira caiu mais por fatores globais do que por fatores domésticos. Segundo ele, o receio global quanto à tecnologia e a incerteza sobre os próximos passos do Federal Reserve mantêm o investidor defensivo.
Valuations mais justos e efeitos da liquidação do Master entram no radar
A cautela também está ligada à percepção de preços. Uma pesquisa do BTG Pactual mostrou que 42% dos gestores veem os valuations da Bolsa como “mais justos” após o rali até as máximas históricas da semana passada. Para 37%, o sentimento agora é neutro.
No noticiário doméstico, a liquidação do Banco Master teve efeito secundário sobre o setor financeiro, que fechou em baixa. Perri disse que o segmento é fundamentalmente afetado pela liquidação e pelo enorme custo que trará ao FGC.
Segundo o Fundo Garantidor de Créditos, cerca de 1,6 milhão de credores têm depósitos e investimentos elegíveis à garantia, totalizando cerca de R$ 41 bilhões. O FGC informou ainda que possui um patrimônio de R$ 160 bilhões em setembro, dos quais R$ 122 bilhões estão em caixa.
Ao final do pregão, a Petrobras conseguiu limitar perdas na ponta negativa, enquanto a Vale recuou 0,31%. Entre as maiores altas, destacaram-se Cogna (+9,94%), CVC (+4,81%) e Auren (+4,60%). As maiores quedas envolveram MBRF (-8,05%), Hapvida (-5,56%) e Banco do Brasil (-2,76%).
No acumulado do ano, o Ibovespa sobe 30,13%.






