A Cosan (CSAN3) mudou o tom e admitiu a possibilidade de ajudar a Raízen (RAIZ4) com os recursos que vai captar por meio de uma nova oferta pública de ações.
A holding anunciou em setembro um acordo com o BTG Pactual (BPAC11) e a gestora Perfin para levantar até R$ 10 bilhões e, assim, reestruturar as suas finanças.
Desde então, vinha dizendo que todo esse recurso seria usado para reduzir o seu endividamento e, portanto, não chegaria a subsidiárias como a Raízen.
Nesta segunda-feira (3), no entanto, afirmou que poderia usar parte desses recursos para o “fortalecimento da estrutura de capital da Companhia, bem como o de suas controladas e investidas, incluindo a Raízen.”
A mudança de tom veio após o mercado demonstrar um grande interesse pelas novas ações da Cosan, levando a companhia a ampliar o seu plano de capitalização.
A Cosan pretendia levantar até R$ 10 bilhões, por meio da emissão de até 2 bilhões de novas ações. Contudo, agora prevê a emissão de até 2,1 bilhões de novas ações ao preço de R$ 5 o papel, o que permitirá a captação de até R$ 10,5 bilhões.
A holding ajustou nesta segunda-feira (3) os termos da oferta, para prever o lote adicional de até 100 milhões de ações e também o suporte a suas controladas.
A Raízen é citada explicitamente no documento, já que também está em busca de capitalização, para reduzir o seu endividamento e fortalecer suas atividades.
Ofertas de ações
O plano de reestruturação da Cosan está dividido em duas ofertas de ações.
A primeira foi encerrada na segunda-feira (3), com a captação de R$ 9,06 bilhões, por meio da emissão de 1,8 bilhão de novas ações.
A maior parte desses recursos foi aportada pelo BTG, pela gestora Perfin e pelo fundador da Cosan, Rubens Ometto, com o objetivo de “aprimorar sua estrutura de capital, reduzir de forma significativa sua alavancagem e recompor sua flexibilidade financeira”.
Ao todo, esses investidores se comprometeram a injetar R$ 7,25 bilhões na Cosan, sendo R$ 4,5 bilhões do BTG, R$ 2 bilhões da Perfin e R$ 750 milhões de Ometto, por meio da empresa Aguassanta. O mercado pôde, então, entrar com R$ 1,8 bilhão na oferta.
A Cosan, por sua vez, já confirmou o lançamento de uma segunda oferta de ações, com direito de preferência para os atuais acionistas. Com isso, pretende levantar mais R$ 1,4 bilhão, por meio da emissão de até 287,5 milhões de novas ações.
Os acionistas da holding têm até 10 de novembro para subscrever as novas ações, pois a companhia pretende liquidar a oferta no dia 14 de novembro. Já as ações da primeira oferta devem entrar em negociação já nesta quarta-feira (5).
Analistas lembram que o negócio deve reforçar o caixa da Cosan, mas também implica na diluição da participação dos atuais acionistas e deve pressionar a cotação dos papéis. Afinal, as novas ações foram precificadas a R$ 5, com um desconto de quase 18% em relação à cotação atual – o papel era negociado a R$ 6,09 no fechamento de segunda-feira (3).






