O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação contra os maiores frigoríficos que operam no país, por causa da recente alta no preço das carnes.
Entre os investigados, estão duas empresas brasileiras: a JBS (JBSS32) e a MBRF (MBRF3), que opera no mercado americano por meio da National Beef.
Em um comunicado, a Casa Branca alegou que 85% do mercado americano de processamento de carne está nas mãos de apenas quatro companhias: JBS, National Beef, Cargill e Tyson Foods.
“Esta ação decisiva visa os conglomerados dominados por estrangeiros que controlam o abastecimento de carne nos Estados Unidos e que têm sido acusados de inflacionar artificialmente os preços em detrimento de agricultores, pecuaristas e famílias trabalhadoras”, afirmou.
Coordenada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a investigação vai apurar se essas companhias violaram as leis antitruste, por meio de manipulação de preços ou restrições de capacidade.
O objetivo, segundo a Casa Branca, é acabar com “qualquer conluio ilegal, restaurar a concorrência justa e proteger nossa segurança alimentar”.
Trump fala em punição
A investigação foi aberta por determinação do presidente Donald Trump, que ainda pediu para o Departamento de Justiça agir “com rapidez” neste caso.
“É preciso agir imediatamente para proteger os consumidores, combater os monopólios ilegais e garantir que essas corporações não estejam lucrando criminosamente às custas do povo americano”, disse Trump.
Nas redes sociais, o presidente americano acusou os frigoríficos de elevarem artificialmente o preço da carne bovina, por meio de “conluio ilícito, fixação e manipulação de preços”. E garantiu que, “se houver crime, os responsáveis pagarão um preço alto”.
“Sempre protegeremos nossos pecuaristas americanos, e eles estão sendo culpados pelo que está sendo feito por empresas de processamento de carne majoritariamente estrangeiras, que inflacionam artificialmente os preços e colocam em risco a segurança do abastecimento alimentar de nossa nação”, acrescentou.
Indústria reage
Procuradas, JBS e MBRF não comentaram o assunto até o momento. O espaço segue aberto.
O Instituto da Carne dos Estados Unidos (Meat Institute), por sua vez, reagiu às declarações de Trump, dizendo que a alta dos preços se deve à oferta restrita de gado e à forte demanda por carne.
“Apesar dos altos preços da carne bovina para o consumidor, os frigoríficos têm sofrido prejuízos porque o preço do gado está em níveis recordes”, disse a CEO do Meat Institute, Julie Anna Potts.
De acordo com a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, o preço da carne moída subiu 11% em um ano, chegando a US$ 6,32 o quilo em setembro.
O Meat Institute diz, contudo, que essa situação deve perdurar até 2026, segundo a previsão de analistas.
Potts pediu, então, que o governo americano mantenha uma “discussão baseada em fatos sobre a acessibilidade da carne bovina e a melhor forma de atender às necessidades dos consumidores americanos”.






